São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Torcidas são contra viagens

DA REPORTAGEM LOCAL

As principais torcidas organizadas de São Paulo desaprovam a transferência de jogos das equipes paulistas para outras cidades.
"A sede do Corinthians é em São Paulo. O time tem que mandar as suas partidas aqui. Marcar jogos para outras cidades é um desrespeito", disse Cláudio Romero, da corintiana Camisa 12.
As torcidas culpam os clubes pelos principais problemas que levam à transferência das partidas. O principal deles é a crise de estádios na cidade de São Paulo.
"Nós ficamos sabendo em 89 que o Morumbi tinha problemas de estrutura. Mas nenhuma medida foi tomada. Os diretores do clube se importavam mais com o dinheiro das partidas e shows", disse Paulo Sérgio de Castro, da são-paulina Independente.
Ele afirmou ainda que prefere ver o São Paulo jogando para 5.000 pessoas no Morumbi do que para 15 mil em outra cidade.
"O Palmeiras joga em Presidente Prudente, que fica a mais de 500 km de São Paulo. É difícil e caro ir até lá. É um desgaste para a torcida e os jogadores", disse Nenê, da Mancha Verde.
"O caso da Portuguesa foi uma palhaçada. O Contru liberou o estádio e um mês depois, pouco antes de uma partida, vai lá e interdita de novo", disse Delfim, da Leões da Fabulosa.
Curiosamente, a única torcida que aceita ver os jogos de seu time em outra sede não é atendida.
"É perigoso realizar grandes jogos, especialmente clássicos, na Vila Belmiro. O estádio não tem condições", disse Cosmo Damião, da santista Torcida Jovem.
Uma crítica é comum a todas as torcidas. Elas reclamam que prestigiam jogos de menor interesse e, quando há um clássico nacional importante, o jogo é transferido para outra cidade.
"Se é assim, podem fechar os estádios. Nós vamos para a sede da torcida ver os jogos pela TV, num telão", ironizou Cosmo Damião.
As torcidas de Palmeiras e São Paulo não estão indo a jogos fora do Estado de São Paulo. Elas cumprem punição imposta pela associação das torcidas paulistas.

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