São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Lee e Stelling vêm com trabalhos fracos

Chabrol continua como favorito

AMIR LABAKI
DO ENVIADO ESPECIAL A VENEZA

Duas decepções deixaram inalterada ontem a mostra competitiva, que continua a ter Claude Chabrol ("A Cerimônia") como favorito.
"Clockers", o novo filme de Spike Lee, peca pela falta de originalidade. Parece uma mistura de "A Febre da Selva" com "Boys'n the Hood" de John Singleton e, mais que tudo, "Fresh" de Boaz Yakin.
Harvey Keitel e John Turturro (este, quase numa ponta), ambos controladíssimos, fazem dois policiais novaiorquinos à procuram do assassino de um traficante de drogas negro.
Um pacato pai de família negro (Isaiah Washington, uma revelação) se apresenta dizendo ter agido em legítima defesa, mas todos desconfiam.
Só que não há brilho na realização. Spike precisa se reciclar.
Quem reaparece, mas fugazmente, é Jos Stelling, que há uma década consagrou-se na Mostra Internacional de São Paulo com "O Ilusionista".
"O Holandês Voador", seu primeiro filme desde então, é um dispendioso equívoco. Na Holanda sob jugo espanhol do século 16, um jovem procura seu pai, que saberia voar.
O roteiro é inconsistente. Stelling custou para levantar essa superprodução pan-européia. Venceu pela insistência. Pena.
A competição segue hoje com "The Crossing Guard", de Sean Penn, e "Cyclo", do vietnamita Ahn Hung Tran, do superestimado "O Cheiro da Papaia Verde". Veneza está precisando mesmo de sangue novo.

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