São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

França faz primeiro teste nuclear

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Observações: COM SUB-RETRANCA
Primeira: Chamada
Assuntos Principais: FRANÇA; TESTE NUCLEAR; BOMBA NUCLEAR; ATOL DE MURUROA /OCEANO PACÍFICO/
França faz primeiro teste nuclear
Bomba pouco mais potente que a de Hiroshima explode no Pacífico; Chirac fala em reduzir provas
A França realizou ontem às 11h30 (18h30 em Brasília) seu primeiro teste nuclear, no atol de Mururoa (Pacífico Sul).
Segundo o Ministério da Defesa francês, a potência da explosão é equivalente a menos de 20 quilotons. A bomba lançada sobre Hiroshima 50 anos atrás tinha potência de 18 quilotons.
O teste foi o primeiro da série que a França pretende realizar nos atóis de Mururoa e Fangataufa até o dia 31 de maio de 1996.
O experimento de ontem quebrou a moratória de três anos decretada pelo ex-presidente francês François Mitterrand.
O comando militar francês na Polinésia Francesa (região dos testes) se recusou a informar se o teste foi um sucesso, mas disse que divulgaria um vídeo “em horas”. O vídeo teria seis minutos.
Era esperado que autoridades francesas e técnicos dessem entrevista coletiva às 23h de ontem.
Horas antes, o presidente da França, Jacques Chirac, havia anunciado estar disposto a reduzir o número de testes nucleares que o país pretende fazer na região.
Chirac disse que os testes devem acabar “muito antes” do prazo de 31 de maio de 1996. “Se conseguirmos as informações de que precisamos para fazer a simulação, é evidente que vamos interromper os testes”, disse Chirac, em entrevista à TV.
A França diz que faz os testes nucleares com o objetivo de obter informações suficientes para que eles possam então ser simulados.
A declaração de Chirac é considerada a primeira vitória de ambientalistas, políticos e cientistas que se opõem aos testes.
Chirac não disse qual seria o número mínimo de explosões, mas falou pela primeira vez em “seis a oito testes”.
A França anunciou o envio de 35 parlamentares nos próximos dias para países na Europa, Ásia e América Latina. O país quer diminuir a oposição às provas nucleares.
Ontem, antes da realização do teste, PSDB e Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo haviam divulgado críticas às provas.
No atol de Mururoa, duas pessoas foram encontradas desde anteontem à noite e detidas.
Segundo a Marinha francesa, os ambientalistas eram ex-membros dos Serviços Armados Especiais do Reino Unido. Eles chegaram ao local em caiaques.
Na sexta-feira, dois navios do grupo ambientalista Greenpeace foram tomados pela França e seus tripulantes foram presos.
A Nova Zelândia pediu explicações à França por suposta “violência” contra os ambientalistas.

Texto Anterior: Choque no metrô fere 49 em Buenos Aires; Reunião sobre a Irlanda é adiada; Rebeldes ocupam cidade no Afeganistão; Soldados brasileiros chegam a Angola; Beethoven teve filho ilegítimo , diz livro; Catalães querem antecipar eleição; Explosão mata um em mercado tchetcheno; Chuvas matam 62 no norte da Ìndia
Próximo Texto: País reforça fronteiras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.