São Paulo, quarta-feira, 6 de setembro de 1995
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Futuro incerto

A economia nacional está em um momento delicado. O país pode voltar a crescer de modo equilibrado ou entrar num período de estagnação. Trata-se de aproveitar uma oportunidade ou pô-la a perder.
A demissão de 0,77% da força de trabalho da indústria paulista registrada pela Fiesp na quarta semana de agosto foi a maior desde fevereiro de 1991. No mês, a redução de vagas somou 1,98%. É um lastimável recorde mensal desde janeiro de 1992, quando o país estava em recessão. Parece claro que a desaceleração da economia já foi alcançada, para dizer o menos.
A inflação, felizmente, caiu também. Depois de uma elevação de 3,72% em julho, o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe subiu apenas 1,43% em agosto. Mesmo considerando que quase 1% do resultado de julho deve-se à majoração da tarifa de transporte urbano, a queda é bastante significativa.
A tendência descendente da inflação, a restauração do equilíbrio nas contas externas e a queda do crescimento dão todas as condições ao governo para reduzir as elevadíssimas taxas de juros. Por outro lado, uma equivocada insistência em políticas contracionistas pode quebrar expectativas e dar início, se não a uma recessão, a um período de crescimento muito baixo.
Parece difícil escapar de um final de ano com atividade moderada. As decisões dos próximos meses tendem a definir o cenário de longo prazo. Esperanças de crescimento e distribuição de renda despertadas com o real podem reflorescer ou desfazer-se como miragem.

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