São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 1995 |
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Quartetos de cordas tocam em São Paulo
IRINEU FRANCO PERPETUO
Quando: hoje e amanhã, às 21h Onde: Teatro Cultura Artística (r. Nestor Pestana, 196, tel. 011/256-0223) Quanto: de R$ 30,00 a R$ 60,00 (estudantes R$ 5,00, meia hora antes dos concertos) Concerto: Quarteto Chostakovitch Quando: hoje e amanhã, às 21h Onde: Teatro Arthur Rubinstein - A Hebraica (r. Hungria, 1.000, tel. 011/818-8888) Quanto: R$ 12,50 (estudantes), R$ 20,00 (sócios) e R$ 25,00 Dois quartetos de cordas dividem a atenção do público paulistano nesta semana. Exatamente nos mesmos dias -hoje e amanhã- o Quarteto de Tóquio se apresenta no teatro Cultura Artística, enquanto o Quarteto Chostakovitch toca na Hebraica. Ambos os quartetos são veteranos e já se apresentaram no Brasil. A novidade, no Tóquio, é a entrada do violinista canadense Andrew Dawes, substituindo seu compatriota, o "spalla" Peter Oundjian, que se contundiu. Há 26 anos na estrada, e com vários CDs gravados, o Tóquio apresenta, hoje, o quarteto K. 465 "Dissonâncias", de Mozart, o quarteto de Debussy, e o "op. 59 nº 3", de Beethoven. Amanhã, o programa inclui o "op. 76 nº 3", de Haydn, "A Way A Lone", do compositor japonês contemporâneo Takemitsu, e "A Morte e a Donzela", de Schubert. Já o Chostakovitch está junto desde 1967, quando seus membros estudavam no Conservatório de Moscou. Em 1979, o governo soviético deu ao grupo o aval de usar o nome de Chostakóvitch. "Somos orgulhosos de ter o nome de um compositor que entendeu e retratou os trágicos eventos da vida de nosso país", diz o violoncelista Aleksandr Kortcháguin. Um exemplo desta relação entre a vida na URSS e as composições de Chostakóvitch é o quarteto nº 4 do compositor, de 1949, que o grupo apresenta amanhã. No ano anterior à composição da obra, Stálin deflagrou a última grande perseguição de seu governo: a caça aos judeus, chamados de "cosmopolitas apátridas". Intelectuais judeus -principalmente de língua iídiche- foram presos. Revistas, museus e bibliotecas judaicas, fechados. Prenunciando o manifesto contra o anti-semitismo que seria sua sinfonia "Babi Yar" (1962), Chostakóvitch colocou elementos musicais judaicos no quarteto -que só pôde ser executado após a morte de Stálin, em 1953. O resto do programa é basicamente russo, trazendo compositores com Glinka, Borodin e Rakhmaninov. "Sempre nos pedem para tocar os russos", diz Kortcháguin. Texto Anterior: "Letras Artes Mídia", de Décio Pignatari, tem lançamento hoje Próximo Texto: Missa atrasa concerto do Cantus Cölln Índice |
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