São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 1995
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Produção faz parte da carreira

RICARDO AMORIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Para fazer cinema é preciso muito mais do que entrar em uma das faculdades que oferecem o curso. A paixão pelo trabalho é fundamental em uma profissão que exige muita dedicação em troca de um retorno financeiro incerto.
O cineasta enfrenta um dilema: tornar comercial um produto originalmente artístico. Para pagar suas produções, o cinema tem de atingir o grande público.
O profissional acaba sendo diretor e empresário ao mesmo tempo e precisa negociar com produtoras, patrocinadores e distribuidores.
Para o cineasta e professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) Carlos Reichenbach não existe a figura do diretor de cinema no Brasil.
"Não existe esse negócio de artista que não se mete com produção. O cara tem de saber vender o seu produto."
Os dois cursos de cinema de São Paulo (USP e Faap - Fundação Armando Álvares Penteado) preparam o aluno para todas as áreas de atuação da produção audiovisual (veja quadro ao lado).
Os currículos oferecem, além da parte teórica, oportunidades de participar de produções. Mas é da iniciativa de cada aluno que surgem as melhores idéias.
"A universidade promove o encontro de pessoas com os mesmos desejos. Muitas produtoras independentes surgem dessa forma", afirma Reichenbach.
A "Paraísos Artificiais" é um exemplo. Formada por alunos e ex-alunos da ECA, produziu oito curtas em dois anos. O último foi "Sinhá Demência e Outras Histórias", de Christian Saghaard, 24, e Carlos Botosso, 22.
"Para produzir é preciso estar antenado, não adianta ser caxias", afirma Saghaard. Mas nem todos os finais são felizes. Edcarlo da Silva, 26, se formou pela USP em 92 e nunca mais trabalhou na área.
"Quando terminei o curso tive de optar entre continuar no Banco do Brasil e largar tudo para fazer cinema. Não pude deixar uma coisa certa por outra sem garantia."
A UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) oferece, a partir de 96, o curso de imagem e som, com 40 vagas. O campo de trabalhi inclui indústria audiovisual, emissoras de rádio e TV, produtoras de cinema, vídeo e novas tecnoliogias.

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