São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Malan nega que país esteja em recessão

Ministro estima crescimento de PIB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que o país não caminha para a recessão. Malan afirmou que as últimas projeções indicam um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) entre 4% e 5% neste ano. "Fizemos uma aposta na queda e controle da inflação e não abriremos mão disso".
Malan disse que a queda da inflação não é uma obsessão para o governo. Segundo ele, é uma condição fundamental para que a economia do país volte a crescer de maneira sustentada. Ele afirmou que já houve uma queda expressiva nas taxas de juros e que a direção continua sendo de queda.
"Temos entre nós, ainda vivo, o que chamo do partido da moeda fraca, do partido da inflação, que acha que estamos exagerando na preocupação com a inflação. Não estamos, a batalha não está ganha. É um absurdo observar apenas uma prévia de um índice de um mês", afirmou.
As previsões dos institutos de pesquisa, segundo o ministro, são que o mês de setembro vai fechar com uma inflação média abaixo de 1%, o que vai gerar uma inflação acumulada de 16% nos nove primeiros meses do ano.
O que governo fez no primeiro semestre, segundo o ministro, foi adotar uma atitude deliberada de reduzir a velocidade de crescimento da economia. Nos três primeiros meses do ano, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mediu um crescimento de 9% do PIB.
"Foi uma desaceleração para que a economia voltasse a crescer de maneira sustentada", afirmou Malan.
Dados apresentados pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, indicavam que a inflação este ano poderia chegar a 40% se o governo não tivesse adotado as medidas de restrição. Hoje, as previsões são de que a inflação anual fique em 20%.
Além disso, a taxa de investimentos em relação ao PIB (soma das riquezas produzidas no país) aumentou de 15,82% em junho do ano passado, antes do real começar a circular, para 18,5% em junho deste ano. Segundo Mendonça de Barros, isto indica que não há recessão.

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