São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Ladrões recusam soltar reféns na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Os dois sequestradores do médico Arionor Vieira, 65, e sua mulher, Zelita Senra Vieira 58, rejeitaram proposta da polícia e continuam com os reféns em seu poder em uma clínica em Salvador (BA). Às 20h de ontem, o sequestro durava 30 horas e 15 minutos.
Atendendo determinação da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, o delegado Joselito Bispo dos Santos propôs a libertação dos reféns e a rendição dos sequestradores. Em troca, garantiria a integridade física dos dois acusados, identificados apenas como Roberto e Sérgio.
O sequestro do médico e sua mulher começou com um assalto anteontem pela manhã. Dois homens entraram em um táxi na Pituba (orla de Salvador) e pediram para ir até Cajazeiras (periferia).
No caminho, dominaram o motorista Manoel Virgílio dos Santos, 48, e o colocaram no porta-malas do carro, um Logus.
Por volta das 12h, os homens chegaram à Vila Laura (centro) e pararam o Logus. O motorista conseguiu abrir o porta-malas e fugiu para avisar a polícia.
Outros três homens teriam entrado no carro, segundo o delegado Santos, da 6ª DP.
Às 13h45, os homens invadiram a clínica médica, que funciona na rua Raul Leite, 123. A polícia cercou o local, mas não impediu a fuga de três dos assaltantes.
No início da noite de anteontem, um dos sequestradores apareceu em uma janela apontando um revólver para a cabeça de Zelita.
Nas negociações com a polícia, os sequestradores pediram um Monza com tanque cheio e disseram que somente deixariam a clínica levando os dois reféns.
Segundo o delegado, eles disseram que libertariam os reféns quando se sentissem seguros.
Às 18h45, também exigiram a presença do tenente Paulo César Cabral, 31, da Polícia Militar.
Cabral foi o principal interlocutor da polícia com o sequestrador Leonardo Pareja, que há 13 dias manteve a estudante Fernanda Viana, 13, como refém por 59 horas em um hotel de Feira de Santana (108 km de Salvador).
A polícia não atendeu a reivindicação dos sequestradores. Às 22h de anteontem, eles fecharam o portão de acesso à clínica e suspenderam as negociações.
Somente às 5h30 de ontem um sequestrador apareceu novamente em uma das janelas, com um revólver para a cabeça de Zelita.

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