São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Arapuã abre o capital para reforçar crediário

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Arapuã decidiu captar dinheiro no mercado para financiar a venda do crediário com prazos mais longos.
Hoje a empresa vende em até 18 vezes, mas a meta é chegar a 24 prestações, voltando ao patamar do início dos anos 80.
"A inflação estável é condição para o crediário voltar a crescer", diz Jorge Simeira Jacob, presidente do Conselho do Grupo Fenícia, que controla a Arapuã.
O dinheiro para bancar o crediário de longo prazo vem da operação de abertura de capital da empresa, que deve estar concluída até a segunda semana de outubro.
Serão lançadas ações preferenciais (sem direito a voto) nas Bolsas de Valores de São Paulo e do Rio. A operação deve render entre R$ 80 milhões e R$ 104 milhões.
Segundo Jacob, a maior parte do dinheiro, cerca de R$ 65 milhões, vai reforçar o capital de giro das lojas, sobretudo nas operações de crédito direto ao consumidor.
O restante do dinheiro -cerca de R$ 15 milhões- será destinado à expansão da rede nas regiões Norte e Nordeste.
Até o final de 96, estão previstas dez novas lojas. Atualmente, a rede tem 207 lojas no país.
A operação de abertura de capital está sendo coordenada pelos bancos Fenícia (do próprio grupo), Patrimônio, Icatu e Bradesco.
Segundo Ricardo Sampaio, representante do consórcio dos bancos, 40% das ações vão ser oferecidas no mercado internacional (EUA e Europa) e 60% no mercado interno. O preço de cada ação ainda não pode ser divulgado porque a Comissão de Valores Mobiliários (órgão regula as operações nas bolsas) ainda não seu o sinal verde para a operação.
Inadimplência
O alto índice de inadimplência (atraso no pagamento) não atrapalha os planos da companhia de investir a maior parte dos recursos captados nas vendas a prazo. Com uma inadimplência da ordem de 3% das vendas no crediário desde o final do ano passado, Massaru Kashiwagi, diretor de finanças, diz que "o índice é satisfatório".
No segundo semestre de 94, a inadimplência no crediário da empresa chegou a 5%.
O índice recuou, explica Kashiwagi, porque, desde dezembro, a empresa decidiu aumentar as exigências na concessão de crédito.
Atualmente, o crediário responde por 60% do faturamento da rede. No primeiro semestre 95, a rede faturou 53% mais do que em igual período do ano passado 94.
Em setembro, as vendas já empatam com as de agosto. A perspectiva, diz Ricardo Jacob, diretor, é fechar o mês faturando mais do que em agosto.

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