São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995 |
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Os pesados
WILSON BALDINI JR. Há exatos 17 anos, Muhammad Ali precisou de 15 rounds para recuperar o cinturão dos pesos-pesados que havia perdido sete meses antes para Leon Spinks.Detalhe: Spinks, que só tinha oito lutas como profissional e havia conquistado a medalha olímpica em Montreal, não era um "peso-pesado natural". Engordou alguns quilinhos e subiu dos meio-pesados para os pesados. Spinks não foi o pioneiro: o inglês Bob Fitzsimmons, ainda no século passado, acumulou os títulos dos médios, meio-pesados e dos pesados, em uma época na qual existiam poucas categorias. Atualmente, são 17, em 8 entidades. No caso de Fitzsimmons, o acúmulo de títulos foi a maneira de ganhar prestígio e dinheiro. Já com o nosso Éder Jofre foi diferente. O "pecado capital da gula" foi mais forte. Éder tinha problemas para manter o peso na categoria dos galos e preferiu subir para os penas. Outros lutadores ganharam fama pelos mesmos motivos do inglês e do brasileiro. O norte-americano Sugar Ray Leonard ficou com cinco cinturões. Precisou "engordar" cerca de 13 quilos para ser campeão dos meio-médios (66 quilos) até os meio-pesados (79 quilos). Seu compatriota Vinny Pazienza e o panamenho Roberto "Mano di Piedra" Duran ficaram 15 quilos mais "cheios" para lutar dos leves (61) até os supermédios (76). Os norte-americanos Iran Barkley e Thomas Hearns foram mais longe. Barkley começou na categoria dos médios (72) e agora está entre os pesados (acima de 86). Já Hearns teve início entre os meio-médios (66) e hoje disputa na categoria dos cruzadores (86). Atualmente, podemos destacar três lutadores que possuem o mesmo projeto. James Toney, mais pela "gula" do que por outra coisa, foi campeão dos médios, dos supermédios e agora tenta êxito na categoria dos meio-pesados. Mas pela "barriguinha" apresentada na vitória de sábado contra o truculento Ernest Mateen, já está de olho nos pesados. Oscar De la Hoya, que ratificou suas qualidades diante de Genaro Hernandez e permaneceu campeão dos leves, quer superar os recordes e levar mais cinco títulos mundiais em cinco categorias diferentes. Mas o maior desafio foi apresentado pelo supermédio Roy Jones, o melhor lutador da atualidade. Ele quer chegar à categoria dos pesados e derrotar Mike Tyson. Segundo ele, por nocaute. Sonhar não paga imposto. Texto Anterior: Esporte brasileiro precisa encarar a Aids Próximo Texto: Notas Índice |
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