São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 1995
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Proeza; Pelé; Direitos humanos; Desfaçatez; Universidade; Personagem ausente; Microcomputador; Queixa; Proposta; Sem ilusão

Proeza
"Vocês conhecem ou já ouviram falar de alguém que tenha passado mal e tenha sido atendido imediatamente em um hospital público, sem ter que entrar em filas e passar pela triagem ou pela emergência? Certamente não. Pois aconteceu com o Romário, no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Um craque, não só esse rapaz como o médico do Flamengo que conseguiu essa proeza."
Gustavo Meyer (Rio de Janeiro, RJ)

Pelé
"Enquanto o Pelé não admitir a paternidade de sua filha Sandra, ele passará por hipócrita toda vez que aparecer na TV para pregar respeito à mulher."
Oney Oliveira Leite (Ribeirão Preto, SP)

Direitos humanos
"Sobre a carta da sra. Hebe Teixeira Soares, solidarizo-me com a sua situação. Até quando a nossa 'polícia', ao prender qualquer pessoa, esquecerá os direitos humanos? É impossível confiar numa polícia que toma esse tipo de atitude com um menor."
Ana Lúcia Pedro Fontes (São Paulo, SP)

Desfaçatez
"Entre os funcionários públicos recentemente flagrados a fazer de seus cargos uma extensão dos negócios particulares, Henrique Hargreaves/Sebrae é o caso mais exemplar, indigno e debochado. As explicações do ex-ministro são cínicas: 'Trata-se de um trabalho intelectual, que eu faço depois do meu trabalho do Correio'. É muita desfaçatez, punível com demissão a bem do serviço público."
Luiz Egypto (São Luiz do Paraitinga, SP)

Universidade
"Tenho que discordar do professor Azevedo em seu artigo 'Que horror!' (Folha, 14/9). Existe uma monumental diferença entre MIT, Harvard e Yale e as escolas privadas. As universidades norte-americanas são instituições públicas (não oficiais), que prestam serviço à sociedade sem distribuir dividendos aos seus proprietários. Uma fração considerável das suas atividades de pesquisa vem diretamente de contratos com o governo por meio da National Science Foundation e do NHI e, no passado, da defesa nacional. As escolas particulares brasileiras, na sua grande maioria, dão um ensino péssimo a um preço extorsivo, por um corpo docente sem doutorado, pago por aula dada, enquanto seus proprietários se locupletam. Isso não justifica o mau desempenho de muitas universidades federais, igualmente com um corpo docente que não tem doutorado, que não faz pesquisa e nem mesmo acompanha o enorme desenvolvimento técnico-científico. Fui testemunha de um fórum de reitores, quando Jânio era presidente. Os reitores queriam impedir a abertura da UnB. Foi Darcy Ribeiro quem derrotou a tentativa. Surgiu uma universidade com problemas, mas com um estatuto que flexibilizava sua estrutura administrativa, diferente das demais universidades públicas, e que o professor Azevedo herdou como reitor."
Isaias Raw, diretor do Instituto Butantan (São Paulo, SP)

Personagem ausente
"Caras-de-pau. É assim que eu considero os responsáveis pela minissérie 'Decadência', da Rede Globo. Eles condenam por meio da minissérie todos os que estiveram envolvidos na campanha eleitoral e governo de Fernando Collor. Mas será que não perceberam que está faltando o personagem principal dessa trama, aquele que foi o maior responsável por esse indivíduo ter sido eleito? Que tal incluir nessa história os dirigentes de uma rede nacional de TV que é líder de audiência?"
Maria Márcia Brum (Guaratinguetá, SP)

Microcomputador
"Foi com desagradável surpresa que lemos, na edição de 30/8, notícia sobre nossa empresa, a Offshore. Afinal, em nenhum momento fomos ouvidos por este jornal. Até fomos procurados por um jornalista, mas, infelizmente, no momento em que íamos atendê-lo a ligação foi interrompida e ele não voltou a nos procurar. Se tivéssemos tido a mesma oportunidade que foi dada à empresária Sandra Delgado, poderíamos rebater uma informação que a consumidora alega ter obtido por meio da Offshore e, ao mesmo tempo, dar a nossa versão dos fatos. E essa, com certeza, seria muito mais fundamentada do que o argumento que a Folha atribuiu ao nosso gerente, Nilson Sumida. Confirmaríamos, sim, que nunca prestamos atendimento domiciliar. Mas jamais alegaríamos um 'mal-entendido entre o vendedor e a empresária'. Como distribuidores autorizados da Compaq, nunca recebemos essa orientação. Nossa indignação se deve ao fato de a Folha ter acatado a versão da consumidora sem ter nos ouvido. Ao contrário do que foi publicado, 'após quase um mês de telefonemas e muitas desculpas...', nunca nos desculpamos com a sra. Delgado. Simplesmente nos prontificamos a resolver o problema de sua máquina desde que ela seguisse a norma estabelecida pela Compaq, conforme contrato e termos de garantia por ela assinados."
Luis Carlos Mendonça (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Daniel Japiassu - Falei por telefone com o sr. Nilson Sumida, gerente da Offshore, na manhã do dia 25/8. Relatei a reclamação da leitora. Ele lembrou o caso e disse: "Nunca prestamos assistência técnica a domicílio. O problema deve ter acontecido no estande (na Fenasoft). Ou o vendedor da Compaq que atendeu a cliente não sabia o que estava falando ou deve ter acontecido algum mal-entendido".

Queixa
"Faz pouco mais de um ano que sou assinante da Folha e, durante esse período, mandei duas cartas ao 'Painel do Leitor', pois achei que seria interessante manifestar minha opinião sobre assuntos que no momento o jornal estava dando relevância. No entanto, elas não foram publicadas e, passado um mês e meio após enviar cada uma delas, recebi uma carta enviada pela Folha, dessas onde só se troca o nome do endereçado, dizendo que as cartas haviam sido recebidas e o jornal pedia desculpas pela não publicação 'em razão do grande volume de correspondência recebido' no período do recebimento das cartas. Quero dizer que não escreverei mais ao 'Painel do Leitor' (que algumas vezes parece estar loteado entre alguns leitores e personalidades, principalmente políticas), e peço para que a Folha não trate seus leitores como idiotas. A carta que a Folha envia para dar atenção aos remetentes é ridícula, porque, além de banalizar a opinião do leitor, é mentirosa e escamoteia o verdadeiro critério de seleção das cartas."
Fábio Eduardo De Giusti Sanson (São Paulo, SP)

Proposta
"Nos últimos feriados tivemos oportunidade de ver que as pessoas querem evitar os grandes congestionamentos no regresso a São Paulo. Minha sugestão às autoridades para os próximos feriados é a organização de um rodízio voluntário, amplamente divulgado, para os que quisessem ou pudessem colaborar. Assim, os veículos com placas de finais 0 e 1 viajariam entre 8h e 10h, os com finais 2 e 3 viajariam entre 10h e 12h e assim sucessivamente."
Leonice Lopes da Costa (São Paulo, SP)

Sem ilusão
"Toda a solidariedade a José Arthur Giannotti, alvo da mais recente baixaria do repugnante Antônio Carlos Magalhães. É por essas e outras que o governo de Fernando Henrique Cardoso (e aí contrario o filósofo) não pode dar certo. Enquanto o Brasil, para ser governado, precisar fazer alianças com essa gente, não há como há como ter nenhuma ilusão ou esperança"
Armando Freitas Filho (Rio de Janeiro, RJ)

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