São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Votos petistas vão definir se Brizola será punido no Rio

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Os cinco votos do PT na sessão da Assembléia Legislativa do Rio na próxima terça-feira devem definir a votação das contas de 1994 dos ex-governadores Leonel Brizola e Nilo Batista (PDT).
O Rio tem 70 deputados estaduais. O PT decidiu rejeitar as contas, apesar das pressões da cúpula nacional do partido. A rejeição pode deixar Brizola e Nilo inelegíveis por oito anos.
Levantamento da Folha junto aos deputados verificou a tendência de voto de 61 parlamentares, com 32 contra e 29 a favor da aprovação das contas. Se o PT mudasse o voto, o placar passaria para 34 pró-Brizola e 27 contra.
Brizola avalia que a mudança de postura do PT ainda criaria um fato político de grande repercussão, isolando o PSDB do governador Marcello Alencar e o PMDB do deputado e ex-governador Wellington Moreira Franco.
PDT, PC do B e PV iniciaram um movimento pelo voto secreto. Alegam que isso anularia eventuais pressões de Marcello Alencar. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) aprovou as contas por unanimidade, com ressalvas.
O apoio a Brizola, que em duas semanas foi três vezes à Assembléia, tem crescido. Um peemedebista (Albano Reis) decidiu não acompanhar o partido. Há uma semana, 1 dos 10 deputados da Frente Brasil Popular (PT-PPS-PC do B-PSB-PV) apoiava Brizola. Hoje são 3: Edmilson Valentim (PC do B), Antonio Neto (PPS) e Solange Amaral (PV). Brizola deve ter ainda o voto de 7 deputados do PDT, 5 do PFL (orientados por César Maia), 7 do PPB, 1 do PMN, 2 do Prona e 1 do PTB.
Pela rejeição deverão votar 16 do PSDB, 6 do PMDB e 1 do PPS, PSB, PMN, PL e PTB. Não são conhecidas as intenções de voto de 3 deputados do PL, 2 do antigo PP, 3 do PSC e 1 do PDC.
O deputado federal Lindbergh Farias (PC do B-RJ) entregou sexta-feira ao presidente da Assembléia, Sérgio Cabral Filho (PSDB), abaixo-assinado de 52 deputados federais em apoio a Brizola. O presidente nacional do PT, José Dirceu, afirmou anteontem que os petistas devem se abster na votação das contas.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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