São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Sequestrada afirma que 'amor de Jesus' a salvou

CLAUDIA VARELLA
DA AGÊNCIA FOLHA

Após ter passado 51 horas como refém de dois assaltantes em Salvador (BA), a professora Zelita Senra Vieira, 58, disse ontem à Folha que “a vibração das pessoas e o amor de Jesus” fizeram com que eles se entregassem.
Os dois assaltantes libertaram Zelita e seu marido, o médico Arionor Vieira, 65, e se entregaram à polícia anteontem. “Foi um assalto frustrado. Eles não vieram sequestrar”, afirmou Zelita.
A seguir, trechos da entrevista concedida por Zelita.

Agência Folha - Como foi o assalto, que virou sequestro?
Zelita - Entraram três homens no consultório. Dois subiram com o meu marido para roubar jóias (a casa do casal fica em cima do consultório). O terceiro sumiu.
Agência Folha - Como foram as negociações?
Zelita - Eles estavam irredutíveis. Queriam só a liberdade. O mais velho (Severino Cirilo da Silva, 39) era ex-presidiário.
Agência Folha - O que fez os dois mudar de idéia?
Zelita - Foram as vibrações de todos e o amor que Jesus pregou.
Agência Folha - Você sentiu ou sente pena deles?
Zelita - Tenho mais pena de quem mata do que de quem morre.
Agência Folha - Você pensou que ia morrer?
Zelita - Pensei. O mais velho chegou a nos dizer. “Gostei de vocês. Mas, se a polícia invadir, eu elimino vocês primeiro.”
Agência Folha - Como foi a convivência com eles?
Zelita - Eles nos trataram bem, mas com revólver na cabeça.
Agência Folha - A presença da família do outro assaltante (Josenilson Carvalho Correia, 19) contribuiu para a rendição?
Zelita - Também. A mãe dele estava arrasada. Ela tem outros filhos que trabalham.

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