São Paulo, domingo, 17 de setembro de 1995
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Peugeot 406 melhora a potência e o design

GRACILIANO TONI
DO ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA

Um pouco mais de tamanho, mais velocidade e avanço no design (desenho). Tudo isso torna o Peugeot 406 mais atraente que seu antecessor -ele substitui o 405 na Europa por preço um pouco mais alto.
No Brasil, não há previsão de chegada do novo carro francês. Ele deve vir a partir de maio do ano que vem, se as condições de importação forem favoráveis.
Será uma pena se o 406 não chegar ao Brasil. O novo Peugeot tem faróis de apelo bastante agradável. O carro todo é belo -por fora. O interior não tem nada que se destaque da concorrência.
Fora a beleza, o 406 tem atributos suficientes para satisfazer motoristas exigentes. Seu sistema de direção repete a tradição da marca -maciez em manobras e absoluto controle em alta velocidade.
O carro foi testado pela Folha em diversos tipos de piso -inclusive trechos ondulados que fizeram matar a saudade do Brasil.
Em todas as situações, o carro foi impecável. Além de sair-se bem em curvas de todos os tipos, o 406 freia bem.
Falhas
Nos poucos quilômetros de estrada mais acidentada, o carro mostrou que deve sofrer muito caso chegue ao Brasil.
Ele rangeu e fez barulho de plástico solto no painel e nas forrações das portas traseiras.
Nos trechos de serra, com curvas muito fechadas, o 406 se comportou bem, sem tendência a alargar a trajetória, comum em carros de seu porte e peso.
Em contrapartida, os engates de marcha prejudicam a boa impressão que todo o resto da mecânica do carro transmite.
Embora macias, as trocas de marcha são algo ruidosas. Mas não é barulho de engrenagens arranhando. Na verdade, o ruído é proveniente do mecanismo de engates. Para piorar, as trocas de marcha exigem longos movimentos com o braço.
Esse "detalhe" pode ser incômodo na estrada, cansativo em percursos congestionados e capaz de piorar o desempenho do carro em trechos sinuosos.
Nesse caso específico, qualquer fração de tempo perdida nos engates pode levar a menor velocidade.
Novidade
Uma arma da Peugeot na cada vez mais acirrada guerra pelo mercado europeu é o dispositivo automático para regular o limpador de pára-brisas do 406.
Antes exclusivo dos luxuosos Mercedes-Benz série E, consideravelmente mais caros que o modelo Peugeot, o sistema quebra um bom galho no trânsito.
O motorista nunca precisa desviar sua atenção para controlar a limpeza do vidro.
Um exemplo de sua utilidade: está chovendo fraco, mas um carro na pista contrária passa em uma poça grande e joga muita água.
Nesse caso, o limpador do 406 dá varridas mais enérgicas, evitando o susto e o desvio da atenção do condutor.
Para provar que a coisa funciona, a Peugeot driblou um dia de sol forte e providenciou "chuva artificial" com irrigadores na cidade de Bandol, litoral da França.
Depois do teste, não restaram dúvidas. O sistema é bom mesmo.(Graciliano Toni)

O jornalista GRACILIANO TONI viajou a convite da Peugeot.

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