São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Câmara aprova docente estrangeiro em universidades

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em primeiro turno, a proposta que permite às universidades públicas brasileiras contratar professores, técnicos e cientistas estrangeiros.
A emenda votada, de autoria do deputado Sergio Arouca (PPS), altera a Constituição, que proíbe a contratação dos estrangeiros.
Para ser aprovada em definitivo, a proposta terá de ser votada em segundo turno na Câmara, na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e no plenário do Senado, em dois turnos.
Todos os partidos encaminharam o voto sim à emenda. O projeto foi aprovado por 440 a 1, com 3 abstenções. Eram necessários 308 votos para a aprovação.
O único voto contrário foi o de Magno Bacellar (sem partido-MA). "Primeiro devemos resolver os problemas dos professores daqui", disse Magno.
"O Brasil precisa de muito mais professores do que pode formar. Os grandes centros de pesquisa brasileiros, como a USP, foram criados com pesquisadores estrangeiros", respondeu Arouca.
Ele afirmou que o custo para formar um bom pesquisador é de US$ 500 mil, dinheiro que o país economizaria ao contratar estrangeiros. Segundo Arouca, existem professores do Leste Europeu dispostos a vir para o Brasil.
"Em vez de mandar 20 pessoas estudar lá fora, trazemos um para ensinar aqui", diz o deputado.
Segundo a assessoria de imprensa do CNPq, 71 pesquisadores vieram trabalhar no Brasil com bolsa do órgão em 94. No caso, a permanência do professor não pode ultrapassar dois anos.
O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não tem estimativa do mercado que pode se abrir para professores estrangeiros no Brasil.
Pelo projeto de Arouca, as universidades vão ter autonomia para contratar os professores estrangeiros.

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