São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Relação entre racismo e religião é tema de curso

DA REPORTAGEM LOCAL

A antropóloga Liana Trindade, professora de religiosidade popular e instituições religiosas do Departamento de Antropologia da USP, falou sobre representações míticas e relações raciais ontem no curso de difusão cultural sobre racismo da universidade.
"O sincretismo religioso não é uma fusão, mistura ou soma de elementos de culturas, mas uma síntese em que diferentes formas de conhecimento se confrontam."
Liana disse que os conflitos raciais passam pelo imaginário quando os espíritos cultuados pelos negros são perseguidos e exorcizados, em oposição às divindades dos brancos. "Nas igrejas pentecostais exorcizam-se as divindades africanas, os orixás passam a ser percebidos como maléficos e demoníacos. É uma expressão de racismo por meio da perseguição aos deuses dos negros."
Esoterismo, kardecismo, umbanda e candomblé entraram na discussão. "O fato de brancos aceitarem e participarem de cultos do negro não significa a aceitação do negro como indivíduo. Aceita-se o preto velho como entidade, mas não o velho preto."

Curso até 29 de setembro. Aulas no Departamento de História, das 17h às 19h. Tels. 818-3745 e 818-4645. Hoje: "Racismo: Imagens e Imaginário": "A Construção da Imagem Racista", Maria Luiza Tucci Carneiro, e "O Racismo Caricaturizado", Marcos Silva (sala Caio Prado).

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