São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Família de brasileira morta vai processar NY

FERNANDA DA ESCÓSSIA; DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DO RIO

DANIELA FALCÃO
A família da portuguesa naturalizada brasileira Maria Isabel Monteiro, 44, morta na noite de sábado quando fazia cooper no Central Park, em Nova York (EUA), vai processar a prefeitura da cidade e pedir uma indenização.
O irmão de Isabel, Antônio Monteiro, disse que a irmã mandava dinheiro para a mãe, Lídia, que vivia com o dinheiro.
"Não sei ainda quanto era esse valor, mas pretendemos tomar alguma medida legal. O que aconteceu foi uma barbaridade", disse.
Lídia Monteiro e a nora Martha Molnar, mulher de Antônio, embarcam hoje à noite para Nova York, onde tentarão apressar a liberação do corpo e encaminhar as medidas judiciais de indenização.
Martha disse que a família aceitará a ajuda oferecida por agências funerárias de Nova York para a remoção do corpo para o Brasil.
"Ficamos comovidos com essa preocupação, porque não dispomos dos US$ 3.000 necessários para o traslado, mais passagens e outras despesas. Acreditamos que precisaremos de uns US$ 8.000."
Maria Isabel pretendia passar o Natal no Brasil. Tinha passagem marcada para 21 de dezembro.
Ontem, a agência de turismo onde ela havia comprado a passagem (que custou US$ 950) se ofereceu para pagar a vinda da mãe e da cunhada para Nova York.
Maria Isabel se tornou cidadã norte-americana há três anos, apesar de morar no país desde os 17. Ela foi casada com o fotógrafo norte-americano Myles Field.
A portuguesa era corredora experiente e estava se preparando para a Maratona de Nova York, em 12 de novembro. Segundo o porteiro do prédio onde ela morava, Maria Isabel corria quase todos os dias, de manhã ou à noite.
Os jornais da cidade estão dando grande cobertura ao caso. Na edição de ontem, o "Daily News" e o "The New York Times" publicaram fotos de Maria Isabel e sua mãe na capa.
O movimento no Central Park voltou ao normal ontem, mas as pessoas preferiam correr em dupla.
"Acho que foi imprudência dela correr à noite, mas fiquei assustada porque sempre achei o Central Park um lugar bem policiado", disse a bancária Mia Steag, 33, que corre diariamente no parque.

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