São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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BC mantém taxas de juros até sexta-feira

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O Banco Central alterou ontem sua atuação no mercado financeiro. Os operadores do BC costumam fornecer a base de taxa de juro a ser praticada no dia, por volta das 9 horas da manhã.
Ontem, o BC se ausentou do mercado e esperou os bancos fixarem um patamar de juros. As taxas praticadas nas poucas operações entre bancos, utilizaram como base os juros praticados no sistema financeiro no dia anterior.
Alguns grandes bancos estavam com sobra de dinheiro e a maioria com escassez de recursos. O dinheiro não fluiu no sistema, ficando concentrado em poucas instituições.
Após as 10h30, o BC entrou no mercado para "zerar" as instituições, oferecendo títulos para quem precisava aplicar os recursos de um dia para o outro. Realizou operações até a próxima sexta-feira com taxa de over de 4,91% em dias úteis.
No mercado cambial, havia no início dos negócios a expectativa de que o Banco Central iria alterar a minibanda (intervalo de variação) do dólar, o que não aconteceu. As cotações do dólar ficaram estáveis.
No dia 19, pela primeira vez no mês, as importações superaram as exportações (em US$ 5,29 milhões). O saldo total do dia foi, porém, positivo em US$ 21,12 milhões.
Nas Bolsas de Valores, havia expectativa de reajuste nas tarifas públicas, o que melhoraria a rentabilidade das estatais. Os reajustes das tarifas não se confirmaram e o índice da Bolsa paulista fechou em baixa de 1,74%.
No mercado internacional, os juros dos títulos da dívida externa vencidos e não-pagos (IDUs) atingiram ontem o recorde do ano (85,27 centavos de dólar). O recorde histórico foi de 85,97 centavos de dólar no dia 16 de dezembro de 1994.
Os títulos da dívida externa brasileira batem recordes sucessivos após anúncio do governo de que irá recomprar títulos da dívida externa.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,096%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,90% para dias úteis, significando rendimento de 3,32% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,85% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,9298%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 26% e 44,00% ao ano. CDBs pós-fixados de 182 dias entre 17% e 18% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,56% ao mês, projetando rentabilidade de 3,75%. Para 30 dias (capital de giro): entre 46% e 101% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 1,74%, fechando com 47.766 pontos e volume financeiro de R$ 275,2 milhões. Rio: baixa de 1,4%, encerrando a 21.151 pontos e movimentando R$ 18,41 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.792,69 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.638,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou a 18.198,64 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,952 (compra) e R$ 0,953 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,951 (compra) e por R$ 0,953 (venda). "Black": R$ 0,957 (compra) e R$ 0,962 (venda). "Black" cabo: R$ 0,954 (compra) e R$ 0,957 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,960 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,08%, fechando a R$ 11,82 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 19 foi positivo em US$ 935,23 milhões. As saídas financeiras foram maiores que as entradas de dólares em US$ 181,52 milhões. O saldo total está positivo em US$ 753,71 milhões.
No exterior
Segundo a "UPI", ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5520 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4834 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 103,74 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,24% no mês e para outubro a 3,00% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 47.900 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para setembro fechou a R$ 0,960 e a R$ 0,971 para outubro.

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