São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995
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Governo convocará cervejarias

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai exigir dos fabricantes de cervejas, refrigerantes e de alimentos industrializados (enlatados e laticínios, por exemplo) explicações sobre os recentes aumentos de preços verificados nos supermercados.
A convocação desses setores será feita pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, disse ontem o secretário Luiz Paulo Vellozo Lucas.
A Folha apurou que a convocação atende a uma reclamação feita formalmente pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados) junto à equipe econômica.
A principal reclamação se refere às cervejarias que, segundo a Abras, aumentaram seus preços entre 8% e 13%.
As conversas com esses setores começarão a partir da semana que vem. Vellozo Lucas terá encontros em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Rio.
"Queremos saber se esses reajustes têm correspondência com a evolução dos custos das empresas", afirma o novo secretário de Acompanhamento Econômico do governo.
O empresário Arthur Sendas -presidente do Grupo Sendas, de supermercados- chegou a dizer, na semana passada, que os fabricantes estariam agindo em cartel, impondo preços comuns às empresas.
As declarações foram rebatidas pelo diretor comercial da Antarctica no Rio, Hermógenes Ladeira, para quem os reajustes ocorreram em decorrência do aumento de preços de matérias-primas do setor.
Legalmente, o governo não tem como obrigar os fabricantes a baixar seus preços. A idéia, então, é convencer esses setores que a evolução de preços deve corresponder à evolução de custos, apagando a "memória inflacionária" -pela qual os preços são reajustados de acordo com a inflação.

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