São Paulo, quinta-feira, 21 de setembro de 1995 |
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'Sangue' nega certeza moral
MARCELO REZENDE
"Sangue de Pistoleiro", exibido hoje pela Record (às 13h45), faz parte de uma série de filmes que levaram o diretor Phil Karlson a ser reconhecido como um "príncipe dos filmes B", em referência a sua capacidade em conciliar grandes soluções e recursos parcos. "Sangue" mostra a história, explicitamente bíblica, de dois irmãos que tomam caminhos contrários na vida: um segue o caminho do bem, enquanto o outro se torna um pistoleiro. Exemplo do chamado "western" psicológico, o filme usa o que há de mais violento no gênero (tiros e mortes) como uma metáfora da tensão emocional que rege todas as relações familiares criadas ao longo da história. Assim, o que resiste em "Sangue de Pistoleiro" é a sua capacidade em lidar com arquétipos tão simples, como o vício se opondo à virtude e a violência se rendendo à razão, que criam, como resultado, um universo sempre em xeque. Se existe uma idéia de obra no trabalho do diretor Karlson, seu tema seria, certamente, o de tentar descobrir o quanto existe de impreciso nas noções, tão concretas, do certo e do errado. Texto Anterior: 'Programa Silvio Santos' põe circo no ar Próximo Texto: Ray Charles viaja com banda pelo Brasil Índice |
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