São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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Banco Central mantém juros até terça-feira

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

As taxas de juros subiram e os índices das Bolsas caíram. Esse foi o comportamento do mercado financeiro ontem.
O BC (Banco Central) pelo terceiro dia consecutivo não atuou no início dos negócios no mercado de renda fixa. O mercado estava tentando encontrar o equilíbrio de taxas, quando o BC interveio e manteve a taxa de over de 4,9% em dias úteis até a próxima terça-feira.
As taxas de juros no mercado futuro subiram no período da tarde, após declarações do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, defendendo o patamar de juros atuais e a política de desvalorização gradual do real.
No mercado futuro de juros (DI), a projeção de rentabilidade para setembro passou de 3,24% no dia anterior para 3,25%. Para outubro, a projeção para os juros saltou de 3,02% para 3,05%.
O índice da Bolsa paulista registrou queda de até 2% no período da manhã, fechando com baixa de apenas 0,42%. A recuperação das cotações no período da tarde resultou de declarações do presidente do BC, Gustavo Loyola, de que há estudos para possibilitar que os investidores estrangeiros possam voltar a fazer operações de garantia ("hedge") nos mercados futuros.
No mercado cambial, as cotações ficaram estáveis. A desvalorização de apenas 0,2% do real na quinta-feira provocou especulações de que haverá nova mudança no câmbio até o final do mês. Gustavo Loyola, do BC, disse ontem que os exportadores devem adotar medidas de aumento de produtividade e redução de custos para garantir ganhos, argumentando que não deverá haver mudanças na atual política cambial.
No mercado internacional, há intranquilidade com a situação de crise na economia japonesa. Ontem, o dólar foi cotado abaixo do patamar de 100 ienes, fechando a 99,43 ienes, o que dificulta as exportações japonesas.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,096%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,90% para dias úteis, significando rendimento de 3,32% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,85% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,29% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,9683%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 23% e 40% ao ano. CDBs pós-fixados para 122 dias entre 16,8% e 17,2% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,41% ao mês, projetando rentabilidade de 3,72%. Para 31 dias (capital de giro): entre 42% e 91% ao ano.
No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 0,42%, fechando com 46.737 pontos e volume financeiro de R$ 323,23 milhões. Rio: queda de 1,4%, encerrando a 20.467 pontos e movimentando R$ 17,64 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com 4.764,15 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.603,50 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio fechou a 17.713,93 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,953 (compra) e R$ 0,954 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,952 (compra) e por R$ 0,954 (venda). "Black": R$ 0,955 (compra) e R$ 0,960 (venda). "Black" cabo: R$ 0,954 (compra) e R$ 0,957 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,960 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 1,60%, fechando a R$ 11,65 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 21 foi positivo em US$ 836,46 milhões. As saídas financeiras foram maiores que as entradas de dólares em US$ 292,01 milhões. O saldo total está positivo em US$ 544,45 milhões.

No exterior
Segundo a "UPI", ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5804 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4140 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 99,43 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,25% no mês e para outubro a 3,05% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 47.500 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para setembro fechou a R$ 0,958 e a R$ 0,969 para outubro.

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