São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995 |
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Ingresso caro e má qualidade andam juntos
ELVIS CESAR BONASSA
Por um erro de processamento dos dados do Datafolha, os preços de diversas salas de cinema estão incorretos no quadro e na reportagem que a Ilustrada publica hoje à pág. 5-5. Veja as correções à pág. 1-8. Preço mais alto, pior qualidade. Essa é a regra nos cinemas de São Paulo. As 15 salas mais caras (R$ 12 o ingresso) não ultrapassam a classificação três estrelas. Mais grave ainda, quatro delas foram classificadas como muito ruins na avaliação do Datafolha. As quatro "piores e mais caras" são localizadas em shopping centers e pertencem ao circuito Paris Filmes: Ibirapuera 3, Lar Center 1 e 2 e Morumbi 1. O Cinesesc, um dos cinco estrelas, cobra R$ 7 por ingresso e os Iguatemi 1 e 2, também considerados muito bons pelo Datafolha, R$ 10. A pesquisa permite fazer escolha seletiva dos cinemas, independente da avaliação global, de acordo com o interesse de cada um. O quadro abaixo fornece as notas quesito por quesito e indica os cinemas que têm acesso especial para deficientes (A - adequado, I - improvisado, N - inexistente). Estão destacados os dez melhores e os dez piores em cada item. Quem valoriza a qualidade da imagem, pode pegar a relação dos melhores nesse item. Verá que o Metro 1, por exemplo, tem a segunda melhor imagem, embora seja apenas regular no conjunto. Outro exemplo: se o objetivo for conforto, o Interlagos 1, classificado como ruim no conjunto, aparece na quarta posição entre os mais confortáveis da cidade. A pesquisa mostra que salas vizinhas podem apresentar qualidade diferente. O Paulista 1, no Shopping Paulista, classificou-se como bom. Ao lado, o Paulista 4 ficou só com as duas estrelas de ruim. Os frequentadores de cinema, algumas vezes, não levam em conta todos esses critérios. A fixação pessoal por uma ou outra sala pode ser mais significativa. É o caso de Edgard de Oliveira, que na noite de quarta-feira foi pegar a sessão das 19h no cine Metrópole -um dos muito ruins, segundo o Datafolha. "Eu gosto dos cinemas do centro, são mais confortáveis. Com um pouco mais de cuidado, o Metrópole seria o melhor cinema da cidade", disse. Exatamente no item conforto, o Metrópole foi bem no Datafolha: ganhou nota 3,47. Ficou entre os piores graças à má qualidade de som e imagem. No mesmo dia, um grupo de quatro estudantes de jornalismo matou aula para pegar a sessão das 19h30 no Cinesesc, um do cinco estrelas segundo o Datafolha. Entre eles, Liliane Braga disse que a exibição foi boa, mas criticou o banheiro da sala. "Tem um problema terrível: o papel não sai. Três mulheres estavam lá dentro e não saíam do banheiro porque não conseguiam puxar o papel." Todos os quatro -além de Liliane estavam Alexandre Pavan e os namorados Alexandre Sayad e Roberta Corbioli- afirmaram gostar das salas do Espaço Banco Nacional de Cinema. Uma preferência determinada muito mais pela existência de livraria e café do que pela exibição propriamente dita. Além, segundo Liliane, dos banheiros melhores, "um em cada sala". Texto Anterior: Passado pode ser dilacerante Próximo Texto: Escritor enxerga o apocalipse na Flórida Índice |
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