São Paulo, sábado, 23 de setembro de 1995
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Equador acusa Peru de ataques

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Equador acusou o Peru de atacar um posto fronteiriço seu. Os dois países tiveram um conflito durante algumas semanas no início do ano.
O Peru não confirmou o ataque. Nenhuma fonte militar do país quis comentar a acusação. Jornalistas peruanos na cidade de Bagua, onde ficam as tropas peruanas mais próximas à região da fronteira, disseram que havia "calma absoluta".
O posto supostamente atacado foi o de Etsa Viejo. Segundo o Ministério da Defesa do Equador, os disparos de rifles e morteiros teriam acontecido por volta de 22h15 de quarta-feira (0h15 do dia seguinte em Brasília). Os equatorianos dizem ter respondido aos ataques, sem que tenha havido baixas de nenhum dos lados.
Outro ataque teria acontecido ontem, em Nuevo Rocafuerte, quando os peruanos teriam atacado um avião Twin Otter do Exército equatoriano.
O conflito do início do ano aconteceu por causa da disputa pelo território conhecido como cordilheira do Condor. Houve cerca de 200 mortes.
As fronteiras entre os dois países foram definidas no início da década de 40, mas nunca demarcadas. Os países garantes (avalistas) do acordo intervieram para encerrar o conflito e fiscalizar a trégua.
Os países são Brasil, Argentina, Chile e Estados Unidos. O Equador disse ter avisado os países garantes dos incidentes.
O representante peruano junto ao grupo, general Daniel Mora Zevallos, estava em Bagua no momento do incidente (portanto supostamente à frente das movimentações de suas tropas na região), mas também não fez nenhum comentário.
No próximo dia 5, os vice-chanceleres do Peru e do Equador se encontram em Brasília para discutir pontos do acordo de paz, firmado na cidade em fevereiro. Em janeiro, os chanceleres devem se reunir em Lima (capital peruana).
Diplomatas em Lima disseram à agência de notícias "France Presse que as acusações não devem representar a retomada do conflito.
Em comentários não-oficiais, funcionários do governo peruano disseram que as acusações são estratégia política do presidente equatoriano, Sixto Durán-Ballén.
Ele estaria tentando desviar a atenção da opinião pública de seu país da crise política interna, que incluiu ações judiciais por corrupção contra membros do governo.
Em Lima, policiais queimaram 6,5 toneladas de pasta de coca -base para a produção da droga- apreendidas recentemente.

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