São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Lojas aumentam exigências para dar crédito

VERA BUENO DE AZEVEDO; MÁRCIA DE CHIARA

Lojas, bancos e administradoras de cartão se tornaram mais seletivas na concessão de crédito.
"Elas perderam muito dinheiro com a inadimplência (atraso no pagamento) neste ano", diz Nelson Barrizzelli, economista da Universidade de São Paulo (USP).
O Bradesco Visa, por exemplo, elevou a exigência de renda mínima para obtenção do cartão, diz o diretor João Célio dos Santos.
Desde julho, é preciso ganhar R$ 500 para ter o nacional e dez salários mínimos (R$ 1.000) para o internacional (contra R$ 300 e oito mínimos, respectivamente).
Na Arapuã, quando a inadimplência chegou a 5%, as regras foram mudadas. Desde dezembro, a entrada passou a ser obrigatória nas compras a prazo.
E mais: o valor da prestação, que era de no máximo 30% da renda bruta (sem descontos), caiu para 20% da renda líquida (após os descontos). Com isso, a rede reduziu os atrasos para 3%.
Há três meses, a Loja Cem adotou a mesma estratégia. "Não vendemos sem entrada", diz Valdemir Colleone, superintendente.
A empresa também passou a exigir que o consumidor comprove um ano no emprego. Quem trabalha por conta própria precisa provar que tem atividade remunerada.
Atualmente, a empresa tem um sistema de checagem via computador para verificar se os analistas de créditos estão obedecendo os critérios estabelecidos.
Segundo Claudio Heitor Moreira de Alvarenga, sócio da consultoria Qualy Card, as empresas hoje já estão contratando profissionais especializados para analisar a concessão de crédito.
É que, no ano passado, os próprios vendedores desempenhavam essa função. "Era como entregar a chave do galinheiro para a raposa", diz Alvarenga.
(VBA e MCh)

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