São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Prazo de coleta de preços pode ser diferente

Tradicionalmente, os índices de inflação mostram como evoluíram os preços num mês completo em relação aos do mês anterior.
A taxa do IGP de agosto, por exemplo, foi de 1,29%. Significa que os preços médios coletados naquele mês, conforme a metodologia do índice, ficaram 1,29% acima da média de julho.
Alguns índices, entretanto, trazem a variação dos preços em períodos diferentes do mês completo. O IGP-M trabalha com a coleta de preços entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte e faz a comparação com igual período anterior.
A Fundação Getúlio Vargas divulga também as prévias do IGP-M, mas estas não podem ser confundidas com as chamadas quadrissemanas do IPC da Fipe.
A primeira prévia do IGP-M de setembro, que apontou deflação (queda de preços) de 0,34%, resultou da comparação dos preços entre 21 e 31 de agosto com os preços de 21 de julho a 20 de agosto. A "distância" entre os pontos médios das duas coletas de preços não chega a um mês. Fica em torno de 20 dias.
A segunda prévia, que resultou em -0,49%, comparou preços de 21 de agosto a 10 de setembro com a mesma base utilizada na primeira prévia. O período entre os pontos médios, nesse caso, já avançou para cerca de 25 dias.
Só no IGP-M definitivo de setembro, que sairá no final do mês, os pontos médios estarão separados por aproximadamente 30 dias.
As taxas das prévias não devem ser projetadas para 30 dias, alerta a própria FGV.
As taxas quadrissemanais do IPC da Fipe estão sempre comparando preços médios de dois períodos semelhantes (cada um com aproximadamente 30 dias). Quando entra uma "semana" nova, sai outra lá atrás. A separação dos pontos médios fica em torno de 30 dias. As quadrissemanas mostram a tendência da inflação mensal.
Na série dos IGPs, percebe-se a tendência dos preços medidos em cerca de 30 dias se forem colocadas, em sequência, as taxas do IGP-M, do IGP e do IGP-10.

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