São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Cineasta ou agente de 'viagens'?

CRISTINA ZAHAR

Jean-Pierre Jeunet sempre quis fazer um longa. Hoje, aos 42, esse francês irreverente não só realizou seu sonho, com "Delicatessen" (1991), como ainda repetiu a dose. "Ladrão de Sonhos", que abriu o Festival de Cannes deste ano, estreou há uma semana no Brasil.
O diretor, que esteve no Rio para o lançamento, diz que cada vez mais os diretores se sentem pressionados a fazer filmes originais. "A maior parte dos filmes franceses é tão realista e regional que é difícil de vender. Isso complica a concorrência com os americanos, que privilegiam a espetacularização e a imaginação".
Tanto "Delicatessen" como "Ladrão de Sonhos" são, segundo ele, filmes essencialmente visuais, o que uniformiza sua recepção, onde quer que seja exibido. "Ou as pessoas adoram ou detestam.
Antes dos longas, Jeunet fez animação, curtas e videoclipes. Conheceu seu parceiro Marc Caro em 1974 em um festival de animação. "Trabalhava com bonecos e Caro moldava suas cabeças", esclarece. A dupla direção funcionou bem nos dois filmes. Agora, cada um vai tocar seus "projetos pessoais".
Jeunet abandonou a escola aos 17. Instalou telefones até os 20. O cinema sempre foi idéia fixa. Caiu na publicidade. "Foi um acidente em minha vida, mas me permitiu sonhar com um longa'. Hoje, cineasta assumido, enumera suas referências: "Era uma vez no Oeste", de Sergio Leone, e "Laranja Mecânica", de Stanley Kubrick.

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