São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Cursos são embriões de novas empresas

ANA PAULA NACIF
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Seja na cozinha, no ateliê ou na máquina de costura, o que vale é a criatividade. Esse é o lema de quem trocou a profissão por um hobbie -assimilado em um curso- e abriu um negócio próprio.
Heloísa Ferraz, 39, é uma delas. Trocou o curso de matemática na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) pela cozinha -organiza festas e jantares. A comida é feita em seu apartamento.
"Sempre gostei de cozinhar. Procuro fazer cursos e descobrir receitas", afirma Heloísa. Segundo ela, seus rendimentos podem chegar a R$ 1.500 por semana.
Outro apaixonado pela culinária é Carlos Vianna, 36, que organiza eventos. Ele diz que em um jantar para 50 pessoas lucra R$ 600.
O que em princípio é um passatempo pode resultar em aumento de renda -ou até gerar uma microempresa. Sueli da Silva Lopes, 45, sempre ganhou dinheiro com trabalhos manuais. Desde o ginásio, fazia bordados e crochê.
Após participar de vários cursos, abriu um ateliê. Além de produzir peças, ela dá aulas de pintura e de cerâmica. "E nas horas vagas ainda faço um bolinho", afirma.
Silvina Pacheco Rodrigues, 40, fez um curso de cerâmica há 12 anos e hoje tem uma pequena empresa que produz 3.000 peças por mês. "Fui fazer cerâmica para não procurar um terapeuta", diz.
O começo exige trabalho e dedicação, diz Vagner Santos, 27, que abandonou o telemarketing para reciclar móveis e texturizar paredes. Ele trabalha cerca de 12 horas por dia, mas se diz satisfeito.
"Antes eu ficava seis horas em frente ao computador. Agora trabalho para mim", afirma. Ele estima que sua renda varia de R$ 2.500 a R$ 3.000 mensais.

LEIA MAIS
sobre cursos na pág. 8-3.

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