São Paulo, domingo, 24 de setembro de 1995
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Carro usado é subvalorizado na venda

DA REPORTAGEM LOCAL

Lojas sem ligação com as fábricas -e também revendedoras autorizadas- oferecem menos por um carro usado que o preço pesquisado pelo "Guia de Preços" da Folha (veja tabela nesta edição).
Um Gol CL 94, que custava cerca de R$ 10 mil em maio, hoje tem valor de venda inferior a R$ 8 mil. Já um Monza SLE 94, duas portas, que deveria estar sendo comercializado por preço médio de R$ 15,8 mil, "vale" cerca de R$ 14 mil -quanto mais caro for o carro, maior será sua desvalorização na hora da revenda.
A revenda VW Morumbi Motor oferece R$ 3.500 por um Fiat Prêmio 91, que vale R$ 6.000 na tabela, na troca por um carro 0 km.
"Infelizmente o mercado está muito retraído e os estoques são grandes. Por isso, os valores que podemos pagar são mais baixos", justifica Avelino Augusto Teixeira, presidente da Assovesp (entidade que reúne revendas independentes de São Paulo).
"Hoje está bom para comprar um veículo, mas muito ruim para vender", resume Teixeira, que também é proprietário de uma loja de carros seminovos.
Quem está no ramo também chega a se espantar com os preços. O gerente de vendas da Santo Amaro (revenda Ford), Carlos Marques Jr., tentou vender seu Escort GL 1.8, ano 94, mas logo desistiu do negócio.
"Me ofereceram apenas R$ 9 mil por um carro que, acredito, vale pelo menos R$ 11 mil", reclama Marques Jr..
Donos de carros a álcool podem encontrar ainda mais problemas na hora da venda. Em algumas lojas, carros a álcool chegam a ser evitados pelos compradores.
"O consumidor, quando pode optar, prefere um modelo a gasolina", afirma José Mauro Nassar, da Automotion.
"Por isso, é melhor evitar a compra de carros a álcool para revenda, já que os negócios estão em baixa", declara Nassar.
Segundo a Assovesp, os preços dos carros usados caíram 4,19% em agosto. Em relação ao mês anterior, os modelos que sofreram maior desvalorização foram os fabricados entre 88 e 92 (4,26%), seguidos pelos produzidos entre 93 e 95 (3,83%).

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