São Paulo, segunda-feira, 25 de setembro de 1995
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"A Justiça não seleciona"

DA REPORTAGEM LOCAL

Luiz Flávio Gomes, 38, juiz de direito da 26ª Vara Criminal, diz não acreditar que haja discriminação na sentença final. "Não tenho condição de afirmar que nós condenamos mais negros que brancos. Os juízes não sabem qual a proporção de condenação entre réus brancos e negros e quantos são os negros e brancos na população."
Ele diz que a polícia é seletiva e muitas vezes discriminatória. "A Justiça não seleciona, recebe o produto da seleção policial. A desigualdade está presente desde a seleção feita pela polícia", afirma. "Só não tenho condições de concordar quanto a quem é mais discriminado: negros, ébrios ou moradores de favela."
O juiz Dirceu Cintra Júnior, 40, da 2ª Vara Criminal e membro da Associação Juízes para a Democracia, diz que o nível dos advogados criminais é "péssimo". "A grosso modo, o réu defendido pelos procuradores do Estado são mais bem atendidos do que os defendidos pelos advogados particulares. Os públicos fizeram concurso e têm um nível cultural maior."

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