São Paulo, terça-feira, 26 de setembro de 1995 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Divergência deixa reunião tensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A reunião entre os governadores e o presidente Fernando Henrique Cardoso foi marcada pelo desencontro dos números relacionados ao impacto da reforma tributária apresentados por ambas as partes.Os governadores também se queixaram do fato de o governo estar propondo que os Estados abram mão de recursos em um momento que enfrentam dificuldades econômicas. "O Estado de Goiás está rodando só com o aro, mas sem as quatro rodas", brincou o governador do Estado, Maguito Vilela (PMDB). Era uma referência a um recurso chamado ARO (Antecipação de Receita Orçamentária), que os governos estaduais estão utilizando para conseguir dinheiro. O ARO consiste em pegar empréstimo junto a bancos privados a juros altos, oferecendo como garantia de pagamento recursos previstos nos orçamentos estaduais. O desencontro entre os números apresentados pelos governadores e pelos técnicos federais deixaram a reunião tensa. "Os números não batem", disse o governador de Goiás ao sair do Palácio da Alvorada, a residência do presidente. A Folha apurou que o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), se irritou durante o encontro e disse que os números apresentados pelo governo eram tão diferentes que parecia que o governo não estava levando em conta as despesas dos Estados. Pouco antes da intervenção de Arraes, Fernando Henrique Cardoso havia feito o apelo para que o resultado da reunião fosse um "pacto real pelo Brasil". O governador do Rio Grande do Sul, Antônio Britto (PMDB), disse que o governo deveria se lembrar de que os governadores presentes representavam a "geração da cortança e não da gastança". Os governadores também cobraram do governo uma explicação mais aprofundada sobre o discurso oficial de que a reforma não trará perdas para os Estados. "Está muito confuso. Queremos saber como será o fundo de compensação", afirmou Maguito Vilela após a reunião, referindo-se a mecanismo proposto pelo governo para contrabalançar a perda de recursos dos Estados. Texto Anterior: Tucanos já fazem críticas Próximo Texto: Poder sobre Congresso é restrito Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |