São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996 |
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Rejeição a petista é maior entre os mais pobres do Distrito Federal
LUCIO VAZ
Para 45% dos que vivem nas cidades-satélites (periferia do DF), sua administração é considerada ruim/péssima. Buarque recebeu nota zero de 23% daqueles que ganham até dez salários mínimos. Nesse segmento, a nota média dada ao governo do PT foi de 4,1. O governador atribui sua taxa de reprovação ao fato de ter priorizado a educação em lugar das grandes obras. "Educação não dá popularidade. Só dá resultado em dez anos", argumenta. Buarque avalia que a sua popularidade deve continuar baixa até o final do governo. "Não dou pelota para pesquisas. Não vou me preocupar com a popularidade e deixar de lado a educação." O petista alega que não está preocupado com sua sucessão em 98. "Não estou ligando. Não sou político. Sou professor. E sou contra a reeleição. O governo preocupado com a reeleição só pensa na popularidade e deixa de lado as suas prioridades", afirmou. O governador disse que não teme descontentar o PT com essa prática. "Essa é uma crítica minha contra o PT. É um partido que se preocupa muito com a próxima eleição", declarou. Entre as suas realizações na educação, Buarque cita a construção de 234 salas de aula e a criação da bolsa-educação. O governo paga R$ 100 por mês para 6.000 famílias de baixa renda que mantêm todos os seus filhos na escola. O governador considera natural o fato de ter reprovação maior nas cidades-satélites. "As pessoas estavam acostumadas com o assistencialismo, com a distribuição de lotes. Eu terminei com isso." Segundo ele, o atendimento das reivindicações dos servidores do DF afetou os cofres públicos. O dinheiro aplicado em abonos, vale-refeição, auxílio-creche e melhorias salariais poderia ser investido em obras para a população. "Com esses recursos, eu teria concluído o metrô. Mas eu tinha de atender o funcionalismo. Se tivesse optado pelo metrô, teria obtido mais popularidade." O deputado Chico Vigilante (PT-DF) afirma que era necessária uma "recuperação salarial" para os servidores. Mas faz uma ressalva: "Houve muita pressão. O movimento sindical é muito combativo quando pega um governo democrático. Não tem a mesma disposição com governos fortes", disse Vigilante. Reportagem da Folha publicada em 17 de julho mostrou que havia 50 sindicalistas e ex-sindicalistas empregados em cargos de confiança do governo do Distrito Federal, incluindo cinco secretarias. Texto Anterior: Governador do PT é o único reprovado Próximo Texto: Aprovação do governo Covas sobe de 25% para 37% em seis meses Índice |
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