São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Governo lança em julho sua TV a cabo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal promete lançar em julho deste ano seu canal institucional de televisão a cabo.
Serão 24 horas diárias de programação, que servirão para divulgar as ações do presidente Fernando Henrique Cardoso. O canal será transmitido pelas redes de TV por assinatura NET e TVA.
A Câmara, o TCU (Tribunal de Contas da União), a Procuradoria Geral da República e os tribunais superiores também terão espaços reservados à divulgação de suas ações e julgamentos no canal do governo. O Senado não terá espaço porque está lançando seu próprio canal de TV a cabo.
O presidente da Radiobrás (empresa de comunicação do governo), Maurílio Ferreira Lima, disse que o objetivo do canal é "fazer a divulgação institucional dos três Poderes e do Ministério Público".
Maurílio quer que o canal do governo brasileiro seja transmitido para toda a América Latina até o fim do mandato de Fernando Henrique, para concorrer com o canal mexicano de TV a cabo Eco. "Eco privilegia a América de fala espanhola. O Brasil hoje é uma excelente mercadoria e não pode ficar de fora", diz Maurílio.
O presidente da Radiobrás não possui ainda o total de custos do projeto. Mas afirmou que já está negociando com a Embratel (Empresa Brasileira de Telecomunicações) o preço de transmissão do canal. "Não teremos gastos em equipamentos, pois utilizaremos o maquinário já existente na Radiobrás", disse Maurílio.
Ele explicou ainda que a Radiobrás assinará convênios com a Câmara, Procuradoria, STF e TCU, que arcarão com os custos da veiculação de suas programações.
O canal do governo deve transmitir julgamentos dos tribunais superiores. Segundo o presidente da Radiobrás, a idéia é baseada no sucesso de audiência que as transmissões de julgamentos pela televisão conseguem nos EUA.
Maurílio vai conversar na próxima semana com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, para acertar os detalhes. Sua idéia é de que o STF coordene a programação de todos os tribunais.
O presidente da Radiobrás disse que cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) terá total independência para produzir seus programas. "Não vamos interferir no conteúdo dos programas dos outros Poderes para não sermos acusados de favorecer um ministro ou um assunto, por exemplo. Queremos evitar problemas políticos com outros Poderes", afirmou.
A programação do Executivo será produzida pela Radiobrás.

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