São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Briga de ciganos provoca sete mortes na BA

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Uma briga entre ciganos provocou a morte de sete pessoas (cinco de uma mesma família), anteontem à tarde, em Candeias (a 46 km de Salvador). A polícia não sabe os motivos do conflito.
Segundo a polícia, a briga começou após um desentendimento entre duas mulheres ciganas. Uma delas foi ferida a faca. Depois, houve a troca de tiros.
Ontem, a polícia de Candeias não encontrou ciganos no acampamento. Havia apenas marcas de tiros e as barracas estavam manchadas de sangue, segundo a polícia.
Cinco pessoas morreram no acampamento, localizado próximo à estação rodoviária de Candeias. As outras duas vítimas morreram em hospitais de Salvador (BA). O acampamento existé há dez anos. Cerca de 50 ciganos moravam lá.
Anteontem à tarde, outros 30 ciganos de São Sebastião do Passé (58 km de Salvador) e Amélia Rodrigues (80 km da capital) iriam participar de uma festa no local.
Os ciganos foram para Candeias em quatro carros (D-20, Parati, Kadett e Fiat Uno). Os carros foram apreendidos e estão no pátio da delegacia do município. O delegado Francisco Guedes abriu inquérito para apurar as mortes. Segundo ele, até o fim-de-semana deverão ser ouvidos alguns ciganos que viviam no acampamento.
Guedes disse também que entrou em contato com os delegados de São Sebastião do Passé e Amélia Rodrigues para pedir ajuda na investigação. "Preciso saber quais os ciganos que vieram à festa."
Guedes também pediu ajuda ao Detran (Departamento de Trânsito) para identificar os proprietários dos carros apreendidos. "Com a identificação, fica mais fácil localizar e prender os acusados."
A polícia suspeita que os irmãos Evandro e Wilton Cerqueira sejam os principais responsáveis pelas mortes. Os irmãos lideram o grupo de ciganos de Candeias. Até o início da tarde de ontem, os irmãos ainda não haviam sido localizados.
Ontem pela manhã, o cigano Adilberto Santos compareceu ao IML (Instituto Médico Legal) de Salvador para tentar identificar os corpos das vítimas. Segundo Santos, não existiam conflitos entre os grupos. "Não sei explicar os motivos dos crimes", disse.
Morreram Jonas Cerqueira, 48, Ednalva Cerqueira, 42, Orlando Cerqueira, 33, Nelita Cerqueira, 31, Edmilson Cerqueira, 30, Mirene Cerqueira, 29 e Edvirges Cardoso, 31.

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