São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Empresas recorrem à Justiça para ampliar pressão sobre devedores

DA REDAÇÃO

Os requerimentos de falências foram utilizados no ano passado, mais do que nunca, como instrumentos de pressão para cobranças.
Graças à política de juros altos e restrições ao crédito, as empresas tiveram menos recursos nas mãos e foram mais severas com os devedores. Diminuíram as negociações de dívidas.
Estudos da Serasa (Centralização de Serviços Bancários) mostram que o aumento da inadimplência se deve ainda ao crescimento de 47% dos negócios em 95, conforme consultas feitas à empresa.
Apesar do recorde de requerimentos, a porcentagem das empresas que, de fato, tiveram falência decretada em 95, em relação ao total de pedidos, foi inferior a 93, ano anterior ao Plano Real.
Até novembro do ano passado, as falências decretadas representavam 7,5% do total de pedidos. Em 93, esta porcentagem era de 11% no mesmo período.
O comércio, setor que concentra o maior número de empresas, liderou a participação nas falências requeridas.
Até novembro do ano passado, 51,5% do total de requerimentos de falências eram do setor comercial, taxa superior aos 49,3% do mesmo período de 94, segundo dados da Serasa.
A participação das indústrias recuou para 29,8%, após ter atingido 31% em 1994. O mesmo ocorreu com o serviços.
O setor comercial também foi o que mais recorreu às concordatas em 1995. Do total de pedidos dos onze primeiros meses, 52% eram empresas do setor. Em 94, eram apenas 38%.
Já a participação das indústrias nas concordatas recuou de 45%, em 94, para 35,6% no ano passado, conforme dados da Serasa.
Julho foi um dos meses mais críticos de insolvências. Dados do Banco Central indicavam que os créditos em atraso nos bancos atingiam R$ 26 bilhões naquele mês, a maioria de pessoas físicas.
Em junho do ano passado, cinco de cada mil cheques compensados não tinham fundos. No mesmo mês de 94, a relação era de apenas um por mil.
Com a estabilidade da economia, a movimentação de cheques caiu 19% em 95. Mas a emissão de cheques sem fundos cresceu 150%, segundo dados provisórios.
Técnicos da Serasa esperam para 96 um primeiro semestre ainda com níveis elevados de inadimplência. A partir do segundo, com a previsão de queda dos juros, a inadimplência deve recuar.

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