São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Indústria quer ampliar produção em 96

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As grandes indústrias entram em 96 com planos de aumentar até 15% a produção no primeiro trimestre sobre igual período de 95.
Ceval, Multibras (Brastemp, Consul e Semer), Philips, Refripar (Prosdócimo), Kibon, Semp Toshiba, Sharp e Electrolux são exemplos típicos.
Diretores dessas empresas acreditam que a produção vai crescer -ou porque apostam no consumo e na reposição de estoques ou porque querem ganhar participação no mercado.
A Ceval vai expandir a produção entre 10% e 15% no primeiro trimestre de 96. "Nós temos quatro novas unidades de distribuição -no total são 18. Precisamos de mais produtos para abastecê-las", diz Carlos Hiroshi Fujii, diretor da divisão de carnes.
Em sua análise, o consumo dos produtos da Ceval vai continuar crescendo. "Esse mercado tem grande potencial. Boa parte da população que não tinha acesso aos nossos produtos agora tem."
A Multibras, que comercializa as marcas Brastemp, Consul e Semer, já aposta na reposição dos estoques das lojas.
"Nós e as revendas vamos terminar 95 com poucas sobras. Isso nos dá a garantia de que janeiro e fevereiro de 96 serão meses de reposição de mercadorias. Vamos produzir 10% mais do que em igual período de 95, que já tinha sido bom", afirma Ricardo Etchenique, diretor da Multibras.
A empresa bateu seu recorde de produção em 95: aumentou o ritmo de atividade das fábricas em 25% e fechou o ano com faturamento de US$ 1,5 bilhão. Em 94, a receita foi de US$ 1,2 bilhão.
Para a diretoria da Refripar (Refrigeração Paraná), a empresa também vai produzir 10% mais no primeiro trimestre deste ano. "O comércio vai vender em dezembro tudo o que comprou para o Natal", diz Milton Magnani, diretor.
Por essa razão, diz, a empresa vai manter no primeiro trimestre de 96 o ritmo do final de 95 -cerca de 180 mil unidades por mês.
Segundo Magnani, a Refripar operou com plena capacidade em 95 -produziu em torno de 190 mil a 200 mil unidades por mês.
A Electrolux também mantém em janeiro o ritmo de produção de dezembro. "Janeiro é mais fraco, mas não vamos diminuir o ritmo de atividade da fábrica", diz Daniel Serrano, diretor.
Segundo ele, o pico de produção acontece nos meses de abril (para o Dia das Mães), outubro e novembro (para o Natal).
Frans Sluiter, presidente da Philips, afirma que a empresa também vai aumentar 10% a produção no primeiro trimestre de 96.
Para seu sucessor, Marcos Magalhães -que assume a presidência no dia 1º de fevereiro-, o primeiro trimestre deve ser "morno", mas a partir de abril as vendas serão retomadas. "Temos de estar preparados, especialmente se houver mais facilidade ao crédito, com taxas de juros mais baixas."
Produzir "um pouco mais" no primeiro trimestre de 96 do que no início de 95 também está nos planos da Semp Toshiba, que quer aumentar a produção em 15% neste ano.
"Maior escala garante menores preços, mais venda e mais investimentos. Isso é bom para todo mundo", diz Afonso A. Hennel, vice-presidente.
A Kibon, outra que aposta no aumento do consumo, vai expandir entre 5% e 10% a produção no primeiro trimestre deste ano.
Roberto Dranger, diretor, conta que o volume de vendas de sorvetes cresceu 30% em 95 sobre 94. Segundo ele, chegou a 250 milhões de litros em 95 e deve crescer mais 5% a 10% neste ano.
A previsão da Kibon é fabricar cerca de 130 milhões de litros de sorvetes em 96. Em 95, foram 110 milhões de litros.
"Também vamos brigar por maior fatia do mercado -hoje nossa participação é de cerca de 65%", diz Dranger.
Preços
Os diretores da Multibras e da Refripar afirmam que os preços de seus produtos são os mesmos cobrados em maio.
"Em julho, agosto e setembro os preços caíram 5%, pois fizemos promoção. As vendas caíram naquela época. Agora, voltamos aos preços de tabela", diz Magnani, da Refripar.
Etchenique diz que a Multibras subiu os preços entre dois e três pontos percentuais abaixo da inflação e também fez promoção de maio a agosto. "Nossos preços também são os mesmos de maio."

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