São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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Scott também não funciona em 'Vingança'

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Tony Scott é o criador de "Ases Indomáveis". Apenas essa afirmação já faria muita gente virar o rosto a mais simples menção de "Vingança", filme que a Globo exibe hoje às 22h40.
No lugar de aviões e rapazes musculosos, dessa vez Scott usa cavalos e chicotes para contar um tipo de história que poderia ser resumida facilmente em um esquema: rapaz se apaixona por garota proibida. Rapaz perde garota proibida. Rapaz se vinga de quem fez a proibição.
Não há em Scott qualquer possibilidade de que seus filmes consigam fugir de padrões pré-estabelecidos. Não importa se padrões morais ou formais.
Mas se existe algum motivo para se assistir a "Vingança" é justamente o mesmo motivo que move o personagem de Kevin Costner: Madeleine Stowe.
Uma atriz de uma beleza assustadora, quase anti-Hollywoodiana porque não lembra o inatingível, mas a sedução imediata. Muito perto da violência.
Outro filme da noite de hoje na Globo é "Footloose - Ritmo Louco" (1h10), uma curiosidade
O que um filme como "Footloose" parece deixar claro é que há alguma coisa de irrecuperável no gênero.
Talvez porque o rock se preste menos aos malabarismos que o gênero exige do que as antigas canções de Cole Porter.
Tudo se torna mais denso, pretensiosamente profundo. Com críticas sociais - infantis- sem sentido e destituído de magia.
Como quase tudo nesses novos tempos, a técnica pode ser interessante. Mas charme já não há mais.

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