São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
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OLP manipula eleição, diz relatório

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Observadores eleitorais internacionais acusaram a Autoridade Nacional Palestina de comprometer a legitimidade da primeiras eleições nos territórios autônomos, marcadas para o próximo dia 20.
A comissão acusa a ANP de fazer sucessivas mudanças nas regras eleitorais. Carl Lidbom, chefe da delegação da União Eleitoral Européia, diz que as frequentes mudanças de prazos "dão a impressão de uso arbitrário do poder para redesenhar o calendário eleitoral".
A ANP é conduzida pela Organização para a Libertação da Palestina, a entidade de Iasser Arafat. Os candidatos ligados a ela devem ser vitoriosos na eleição do dia 20 deste mês -inclusive Arafat, que deve ser conduzido à Presidência do Conselho palestino.
Nenhum membro da Comissão Central Eleitoral Palestina contestou as acusações. Três relatórios diferentes apontam procedimentos desaconselhados.
O prazo para registro dos candidatos havia terminado no mês passado, mas foi reaberto quando Israel e a OLP ampliaram em seis vagas o Conselho Legislativo.
O início da campanha eleitoral foi adiado de 31 de dezembro para 5 de janeiro. Os candidatos consideram muito curto o tempo de campanha.
Segundo Lidbom, um prazo menor prejudica os candidatos independentes e de oposição à OLP. Ele acha ainda que foram delegadas muitas decisões sobre o assunto ao presidente da ANP -que é Arafat.
O principal grupo de oposição à OLP, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), anunciou no mês passado que não concorrerá a eleição, por não concordar com o acordo de paz entre Israel e OLP que tornou-a possível.
O grupo disse, entretanto, que não vai convocar os seus simpatizantes a boicotar o pleito. A OLP fez um apelo para que seus adversários disputassem, dizendo que isso traria credibilidade à nova administração eleita.
A maior parte dos 700 candidatos ao legislativo palestino (com poderes limitados) é ligada à Fatah, a corrente de Arafat dentro da OLP.
Ontem, Arafat participou de festividades em Gaza pelo 31º aniversário da Fatah. Em Jenin, ponto central da comemoração do grupo, o secretário-geral da ANP para os territórios autônomos, Taieb Abdel Rajim, disse que Arafat deve visitar Jerusalém e Hebron brevemente -as duas cidades, mantidas sob administração de Israel, são ainda a principal discussão territorial entre israelenses e palestinos.

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