São Paulo, terça-feira, 2 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Índice

Parado no tempo; Mecanismo legítimo; Exceção; Análise correta; Passagem do tempo; Coerência; Parcialidade; Exame de consciência; Repulsa; Boas festas

Parado no tempo
"Refiro-me à carta publicada em 23/12, do secretário de assuntos jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos na Paraíba, Jerdivan N. de Araújo. Jerdivan disse que a greve ocorreu porque a ECT não mostrou boa vontade para negociar com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios (Fentect) que, segundo o sindicalista, congrega 70 mil empregados, quando, na verdade, são pouco mais de 30 mil os empregados dos Correios sindicalizados. O que é lamentável é a facilidade com que os líderes sindicais dos Correios lançam mão do recurso da greve. Nos últimos 12 meses foram quatro paralisações e, infelizmente, todas com forte cunho político. Veja-se, por exemplo, o que ocorreu na recente greve: as negociações entre os representantes da empresa e dos sindicatos nem bem tinham sido iniciadas quando a ECT foi surpreendida com o recebimento de um fax da Fentect declarando que já havia marcado o início da greve para o dia 6 de dezembro. Numa avaliação isenta, chega-se à conclusão de que já é chegado o momento de se reavaliar se a greve é o melhor ou o único instrumento que existe para que trabalhadores e dirigentes de empresa cheguem a um entendimento. Deve existir, certamente, uma outra maneira, mais inteligente, responsável e participativa do que a greve para se chegar ao consenso entre o capital e o trabalho. Finalmente, sobre a referência de que os Correios estariam quebrando o monopólio por utilizar agências franqueadas, vale observar que, também nesse ponto, infelizmente, o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios insiste em ficar parado no tempo. Embora nada tenha sido alterado em relação aos Correios, a sociedade brasileira, através dos seus representantes no Congresso, já se manifestou sobre a questão dos monopólios de energia e telecomunicações, sinalizando uma tendência de flexibilização nesse assunto. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios -parece- quer, mais uma vez, seguir na direção oposta ao sentimento popular."
Fausto Weiler, assessor de imprensa da ECT -Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Brasília, DF)

Mecanismo legítimo
"Ao ler o artigo 'Privilégios mantidos' (1º/12), de Josias de Souza, me senti no dever de separar o joio do trigo. A Constituição Federal de 1988 é imaculada ao prever em seu art. 227 que todas as crianças e adolescentes são sujeitos de direitos como qualquer indivíduo o é. Pensar em um país mais justo, sem meninos de rua, não é delírio ou bobagem, como afirmou o articulista, é imposição legal. A lei não pode se dobrar à face da realidade que se mostra injusta. Ao contrário, ela ainda é o único mecanismo legítimo que os homens de boa vontade e senso de justiça alçam para alcançar aquele ideal que deveria permear a consciência de todos os cidadãos."
Lauro Monteiro Filho, presidente da Fundação para a Infância e Adolescência da Secretaria de Estado de Trabalho e Ação Social (Rio de Janeiro, RJ)

Exceção
"Com PC e Jorge Bandeira soltos, o povo brasileiro, mais uma vez, é que foi condenado ao eterno papel de palhaço. Com isso o Brasil se firma como o único lugar do mundo onde o crime compensa!"
Cláudio Ribeiro (São Paulo, SP)

Análise correta
"Não posso deixar de manifestar meu apoio à correta análise feita pelo corretor Robert J. Van Dijk (em artigo de 27/12) sobre as características de nosso mercado de ações. É correto o diagnóstico que o articulista faz, especialmente quando destaca que devemos ampliar a abertura de nosso mercado para os investimentos externos, desburocratizando a atuação dos investidores coletivos e eliminando restrições ainda existentes que impedem a presença em nossos pregões de investidores pessoas físicas. Também entendemos ser fundamental rediscutir, com urgência cada vez maior, o produto ação, objetivando a sua imediata valorização, seja pela formulação de exigência quanto à efetiva vantagem econômica que deve ser assegurada aos acionistas pela ação preferencial seja pela reformulação da relação entre ações com e sem direito de voto, sem o que tal produto não conseguirá se tornar competitivo frente a outras alternativas. Finalmente, é imperioso pugnar pela existência de regras mais permanentes em nosso mercado acionário, sem que se tenha a tentação, como já ocorreu no passado recente, de ficar alterando, ao sabor das conveniências de momento, as normas legais que regem o seu funcionamento."
Luiz Leonardo Cantidiano (Rio de Janeiro, RJ)

Passagem do tempo
"Sobre a carta de Louis Roussos (20/12): o sr. Roussos é mais um dos perigosos moralistas que pregam a reversão da história à custa das vidas de crianças inocentes da atualidade. A passagem do tempo pode ser um árbitro injusto, mas é árbitro. A aceitação das suas decisões cabe tanto aos sérvios como a um F.C. Santos."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Coerência
"O presidente é o mesmo, o TST é o mesmo e os analistas econômicos são os mesmos. Ontem, quando do julgamento da greve dos petroleiros, a decisão do Tribunal, soberana, era indiscutível e deveria ser acatada a qualquer preço, ainda que viesse a custar a paralisação do Brasil. Hoje, na questão do dissídio do Banco do Brasil, a sentença, já não tão soberana, é alvo de severas críticas, contestada e tachada de irresponsável pelo próprio presidente. Haja coerência."
Laudo Bernardes dos Santos (Piracicaba, SP)

Parcialidade
"A parcialidade nos meios de comunicação ainda impera. A Rede Globo, no dia 20/12, divulgou no 'Jornal Nacional' a importância dada à comemoração do novo layout do jornal 'O Globo', o mesmo não ocorrendo com a inauguração do novo parque gráfico do maior jornal do Hemisfério Sul, a Folha de S. Paulo."
Ronei José Peinado (São Paulo, SP)

Exame de consciência
"Quero ver daqui a alguns anos o exame de consciência do ministro Nelson Jobim e da Folha, que também apóia a descriminação das drogas, quando o Brasil se tornar um grande centro de consumo e tráfico de entorpecentes."
Ernani Ronaldo Giannico Braga (Guaratinguetá, SP)

Repulsa
"Peço permissão para declarar minha repulsa à terrível situação vivida pelos moços paulistas no Rio, após o jogo entre o time carioca e o santista. Mesmo convivendo com a violência da cidade (nasci no Rio e aqui resido há 52 anos), fiquei estarrecida com o terror a que foram submetidos. Sinto-me na obrigação de pedir perdão por tanto sofrimento causado aos moços e a seus familiares e pedir permissão para dizer que não é esse o espírito do povo carioca. Perdão para uma dona-de-casa carioca."
Regina Peçanha (Rio de Janeiro, RJ)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Edson Queiroz Filho, deputado federal pelo PPB-CE (Brasília, DF); José Antonio Barros Munhoz, ex-ministro da Agricultura e ex-secretário da Agricultura do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Evaristo Marzabal Neves, diretor, e Antonio Roque Dechen, vice-diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz -Esalq-USP (Piracicaba, SP); Mitiko Ogura, da Aiwa (São Paulo, SP);Renato Kenji Nakaya, da Sakura-Nakaya, Alimentos Ltda. (São Paulo, SP); Gerson Gabrielli, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (São Paulo, SP); Editora Record (Rio de Janeiro, RJ); Abla -Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Auto-Veículos; Jussara Haddad, do Comitê Visit USA (São Paulo, SP); America e Frozen America (São Paulo, SP); Jimenez Associados Propaganda (São Paulo, SP); Defesa Civil do Município de São Paulo (São Paulo, SP); Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Itabira, MG); Colégio Galileu Galilei (São Paulo, SP).

Texto Anterior: (Con)federação confusa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.