São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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'Idéia de perseguição une fiéis'

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

A divulgação de fitas de vídeo com cenas dos pastores da Igreja Universal do Reino de Deus não deverá ter efeito negativo no crescimento da igreja no país.
Além de os fiéis estarem há muito "prevenidos contra a imprensa", a igreja intensificou a estratégia de desvincular sua imagem das figuras dos pastores e do bispo Edir Macedo.
A análise é da socióloga Maria das Dores Campos Machado, 39, cuja tese de doutorado "Adesão Religiosa e seus Efeitos na Esfera Privada" foi considerada o melhor trabalho de 1995 pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais.
"Não acho que isso faça os fiéis recuarem. Eles vêem isso como uma perseguição, presente na história da consolidação de todas as religiões", diz a socióloga.
Para Maria das Dores, a idéia de perseguição une os fiéis. A desvinculação da imagem do bispo foi intensificada, segundo ela, quando Macedo esteve na prisão, em 1992, acusado de enriquecimento ilícito. "Frequentei cultos na época e não se fazia menção a isso."
O episódio das fitas serviu também para demonstrar a força que o bispo Edir Macedo tem no meio evangélico.
"O bispo Macedo não é um pastor comum. Disputa uma hegemonia e não está solitário na luta", disse a socióloga, que ouviu 120 pessoas em sua tese, iniciada em 1990.

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