São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996
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Fepasa terá seu valor decidido hoje

Estado tenta novo acordo com BNDS

DA REPORTAGEM LOCAL

Técnicos do governo de São Paulo e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) se reúnem hoje para discutir o valor da Fepasa (Ferrovias Paulista S.A), estatal paulista que seria repassada ao governo federal para reduzir a dívida do Estado com o Banespa.
O valor da estatal seria um dos pontos que estariam dificultando o fechamento de um acordo entre o governo Mário Covas (PSDB) e o Banco Central para encerrar a intervenção sobre o Banespa.
A Folha apurou que o Estado pretende apresentar aos técnicos do BNDES um estudo patrimonial da Fepasa desenvolvido pela Trevisan Auditores em 1991. Com o levantamento, o governo do Estado quer chegar a um consenso sobre o valor da Fepasa. O governo garante que a empresa vale pelo menos cerca de R$ 7 bilhões. O BNDES discorda.
São Paulo deve ao Banespa cerca de R$ 15 bilhões.
Segundo a Trevisan Auditores, o levantamento de preços ao qual se refere o governo está desatualizado. De acordo com um diretor da empresa, a Trevisan fez uma sequência de avaliações do patrimônio da Fepasa.
A avaliação do patrimônio não se aplica à privatização porque não leva em consideração o potencial de geração de caixa da empresa, nem passivos como, por exemplo, dívidas contratuais.
Apesar da divergência com o BNDES, Covas pretende encaminhar, ainda nesta semana à Assembléia Legislativa, projeto que prevê a venda de ativos do Estado para saldar parte da dívida com o Banespa. A expectativa de Covas, segundo seu líder na Assembléia, deputado Walter Feldman (PSDB), é que a proposta seja aprovada dia 8.
Segundo Feldman, Covas deve solicitar uma reunião dos líderes na Assembléia para discutir o caso na próxima segunda-feira.
O futuro do Banespa também preocupa o PT. Segundo o deputado Paulo Teixeira, o PT convocará o negociador do governo Covas no caso Banespa, o economista Adroaldo Moura da Silva, para explicar em que tipo de banco o governo pretende transformar o Banespa.
"Temos informações de que o governo pode reduzir as atividades do Banespa a um banquinho de varejo, com drástico corte de pessoal", afirma Teixeira.

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