São Paulo, quarta-feira, 3 de janeiro de 1996 |
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Elogiável eficiência A súbita mobilização de procuradores da República, Polícia e Receita Federal para apurar supostas irregularidades nos negócios da Igreja Universal do Reino de Deus poderia dar a impressão de que, mais brevemente do que se imaginava, instaurou-se uma feroz cruzada contra a sonegação de impostos. É de fato surpreendente como, a partir do recrudescimento dos atritos entre as redes Record e Globo, precipitou-se por todos os lados uma blitz judiciária e fiscal para investigar os métodos de constituição do patrimônio da igreja. O procurador-geral da República pretende inclusive enviar ao Departamento de Justiça dos EUA -onde a Universal tem sucursais- o material das investigações realizadas no Brasil. As suspeitas -sem dúvida, nada negligenciáveis- vão desde o não-pagamento de tributos e o uso da arrecadação nos templos para finalidades estranhas às associações que gozam de isenção, até evasão de divisas, formação de quadrilha e estelionato. São pois merecedoras de uma cuidadosa apuração. Entretanto, o súbito desencadeamento das diligências, com uma celeridade à altura dos padrões de excelência próprios das nações mais desenvolvidas, contrasta com a peculiar morosidade que quase sempre acompanha a apuração de outras tantas irregularidades, de natureza criminal ou fiscal, que vieram à tona nos últimos anos. Obviamente, é muito bem-vinda a agilidade na apuração de irregularidades, mas é de se esperar que essa desejável postura de rapidez e eficiência torne-se, a partir de agora, o novo parâmetro a ser seguido em todos os casos merecedores de imediata investigação. Texto Anterior: Antes do tempo Próximo Texto: Pelos fundos Índice |
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