São Paulo, quinta-feira, 4 de janeiro de 1996
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Noite na praia do Forte exige disposição

ANA VINHAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Praia do Forte, a 79 km de Salvador, é a primeira parada para quem pega a Linha Verde a partir da capital baiana.
Há uma boa infra-estrutura turística e a vida noturna é agitada --os bares e salões de danças ficam abertos durante a madrugada. Isso faz da praia uma exceção às demais da estrada.
A proximidade da capital baiana é um ingrediente a mais para transformá-la numa das mais badaladas da Linha Verde.
As ruínas do castelo Garcia D'Avila (século 16), considerado o único castelo nos moldes feudais das Américas, a uma caminhada de 45 minutos a partir da cidade, e as tartarugas marinhas da base principal do Projeto Tamar são os dois pontos mais procurados para a visitação.
No mar, a formação de piscinas naturais em determinados horários faz a alegria dos turistas, principalmente crianças. A água limpa e clara é ideal para o mergulho. Há ainda recifes e corais.
Outra atração da cidade é a Reserva de Sapiranga, área da Mata Atlântica, com micos, veados e orquídeas silvestres.
O comércio oferece muitas opções -roupas bonitas e, muitas vezes, exóticas a um bom preço, além das lembranças do lugar.
Arembepe
Para quem gosta de mais sossego, talvez seja melhor prosseguir a viagem pela estrada ou mesmo voltar um pouco para o sul, sentido Salvador, rumo a Arembepe.
Aldeia hippie visitada pela cantora Janis Joplin e pelo cineasta Roman Polanski (remanescentes dos velhos tempos juram que Mick Jagger deu uma esticadinha por lá), Arembepe conserva a fama dos anos 60. Ao lado da pacata cidade, mantém-se a aldeia, abrigando antigos e novos hippies.
Histórias
Ainda é possível hospedar-se na aldeia, por preços bem inferiores aos da cidade. O conforto varia, há casas com água quente e casebre de palha sem banheiro. Restaurante e lojinha de artesanato estimulam a visita dos turistas.
Além da belíssima praia, o ponto forte são as histórias. Lembranças dos tempos em que "todo mundo ia a Arembepe", no final dos anos 60 e início dos 70. São histórias de jovens e velhos hippies que "largaram tudo" para viver na aldeia.
Na floresta ao lado da aldeia, o hippie Alex, 24, sobe em coqueiros com a facilidade dos meninos da região e, ao assobiar, mostra como atrair os macaquinhos que se escondem na mata.
Vencida a desconfiança inicial, os bichinhos chegam até a comer na mão das pessoas. À noite, uma boa opção são os tradicionais banhos nas lagoas formadas pelo rio Capivara.

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