São Paulo, domingo, 7 de janeiro de 1996
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São Paulo não pára de beber

sofisticação e bons preços na explosão de bares

ALESSANDRA BLANCO

Uma onda de novos bares e restaurantes, ajustados às exigências do neomalufismo, acaba de chegar ao triângulo do agito (Jardins-Pinheiros-Itaim) em São Paulo. Suas mesas têm cardápio certo: atrair o público que anda de maneira informal, mas chique (ou o básico com grife), que frequenta essa região da cidade, atingida em cheio pelas mudanças viárias do prefeito Paulo Maluf.
Sem poupar investimentos na cozinha e na decoração -sempre assinada por um profissional de "respeito"-, novos bares e restaurantes abriram suas portas neste verão. Usam o tradicional período de férias e viagens dos futuros clientes para testar e ajustar a casa.
O que há de comum entre eles? A sofisticação, os preços razoáveis e muito semelhantes, a comida buscando o tradicional-sofisticado e as paredes em tons pastel ou com a moderna mistura de cores fortes.
Há também a preocupação dos proprietários de cumprir à risca as exigências malufistas para quem quer manter seu bar ou restaurante aberto: respeito à lei de zoneamento, lei do silêncio e higiene na cozinha.
Na esquina da Oscar Freire com a Haddock Lobo, o Movida divide com o Quinta do Mandioca o espaço de uma antiga galeria.
O estilo é o mesmo: rústico e em madeira. Mas, enquanto o Movida faz a mistura de sushi-bar, restaurante e pista de dança -a mesma do Picasso, na Juscelino Kubitscheck-, o Quinta do Mandioca segue a linha rural-chique, com comida brasileira.
Já mais no estilo praia é a minha praia, o Melo 651 promove a "paquera". Com paredes de vidro, cada um dos frequentadores pode ver todos os outros no bar e na rua.
No departamento restaurantes, as novidades são um japonês, um italiano, um bistrô e um café-déli.
O Roppongi é um japonês moderno, em alumínio, aço, vidro e concreto, com um telão de cem polegadas com os últimos comerciais da TV japonesa e música ambiente feita com pops nipônicos.
O Tambor é um bistrô com um tom modernista na decoração. Já o italiano La Távola Expressa é a versão mais jovem do Vecchia Cucina, com o mesmo dono, Sérgio Arno, e as mesmas massas.
Fora do triângulo do agito, o Carlota é para quem gosta de uma boa comida, um ambiente agradável e de encontrar gente conhecida, o grupo agora chamado de "mídia-hype".

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