São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996
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Vendas de máquinas despencam em 95

DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas de máquinas agrícolas atolaram em 95.
Segundo a Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), a indústria vendeu 17,6 mil tratores, 54,3% a menos do que em 1994.
A queda nas vendas de colheitadeiras foi maior.
Foram vendidas 1.423 unidades, com queda de 64,9% sobre o ano anterior.
Persio Pastre, vice-presidente da Anfavea, justifica a redução menos acentuada no mercado de tratores, em função de eles não serem utilizados apenas nas culturas de grãos.
Mais de 25 mil pessoas foram demitidas em 95 na cadeia produtiva das máquinas agrícolas, desde as fábricas até as concessionárias, de acordo com Pastre.
A expectativa da indústria para 96 é pessimista. O setor prevê a venda de 18 mil tratores e 1.450 colheitadeiras.
"Acreditamos que o aumento no consumo de alimentos, a redução dos estoques mundiais de grãos e a queda da safra nacional puxarão para cima os preços agrícolas", prevê Pastre.
Com preços mais remuneradores, a indústria avalia que o agricultor investirá mais na compra de máquinas e insumos para o plantio da safra 96/97.
Outro fator que também pode aquecer o mercado de máquinas é um aumento na área de trigo, cujos preços reanimaram os agricultores da região Sul.
Para a Anfavea, a securitização, a elevação das comissões pagas aos bancos nos financiamentos e a definição com antecedência de regras claras para o crédito de custeio e comercialização da safra 96/97 são fundamentais para a retomada das vendas de tratores.
Pastre diz ainda que a indústria de máquinas agrícolas considera correta a política de exposição do país ao mercado externo.
Contudo ela quer que os juros internos sejam nivelados às taxas praticadas no exterior.

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