São Paulo, terça-feira, 9 de janeiro de 1996 |
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Centrais têm agenda para falar com FHC
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A decisão, tomada ontem durante reunião da direção da Força Sindical, será submetida à CUT, em encontro a ser realizado hoje entre as duas centrais. Conforme adiantou a Folha, o próprio FHC fez contato telefônico com sindicalistas para discutir a reforma. Encontros informais com o governo já estão acontecendo. "A CUT sempre quis negociar sua proposta para a Previdência com o governo", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD (filiado à CUT), Heiguiberto Guiba Navarro. Para Guiba, o governo sairá perdendo "se cair no isolamento, pois há uma grande união nacional na defesa da aposentadoria por tempo de serviço". Guiba acredita que, "se o governo não nos der nenhuma rasteira, como colocar a reforma da Previdência em votação antes de concluídas as negociações conosco, poderemos até discutir a possibilidade de adiar nossa greve de protesto, que a CUT propõe que seja realizada no próximo dia 30". Na reunião de hoje, as centrais decidem a data da greve e se ela será por Estado, categoria, ou até geral, nos moldes franceses. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e diretor da Força Sindical, também acredita que é necessário manter marcada a paralisação. "A greve pode acontecer antes do dia 30 caso as negociações fracassem e o governo leve seu projeto para votação sem considerar nossas posições", disse Paulinho. Segundo ele, a Força Sindical definiu cinco pontos que constariam de documento conjunto com a CUT, a ser elaborado hoje. O documento seria levado para a audiência com FHC, da qual poderiam participar o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros. A Força quer a eliminação de privilégios, como aposentadoria especial de deputados, juízes, governadores e senadores, a administração da Previdência por aposentados, trabalhadores, governo e empresários, a manutenção da aposentadoria por tempo de serviço nos 35 anos, para homens e 30 para mulheres, a manutenção da aposentadoria especial para trabalhos reconhecidamente penosos e insalubres e a criação de regime único, geral e universal para a Previdência, com teto de 10 salários mínimos para o benefício. Os quatro primeiros pontos são aceitos pela CUT, que, no entanto, quer um teto de 20 salários mínimos para os benefícios da Previdência. Texto Anterior: PMDB ameaça emperrar reformas de olho na urna Próximo Texto: FHC discute tema com governistas Índice |
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