São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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Bolsas latino-americanas fecham em baixa

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa paulista fechou em baixa de 1,83%. Teve companhia. A Bolsa argentina caiu 2,09%.
Os títulos da dívida externa iniciaram o dia em alta. O C-Bond bateu na cotação recorde de US$ 0,6113. Depois caiu. Fechou a US$ 0,6063.
Pela manhã, o mercado apostava que sairia ontem o acordo sobre o Orçamento norte-americano na reunião entre o presidente Clinton e os republicanos.
A certeza, sólida, desmanchou no ar ao longo do dia e fabricou uma queda das cotações. Iniciado na Bolsa de Nova York, o movimento contaminou as Bolsas e os títulos latino-americanos.
Logo após o fechamento do mercado, foi divulgado que a reunião havia fracassado. Não houve acordo e as negociações foram suspensas.
O processo será mais complicado e mais demorado do que se imaginava a princípio.
Mas sem o acordo sobre o Orçamento não há queda dos juros nos EUA. Logo, a vinda de investimento para os países emergentes, Brasil incluído, fica adiada.
Em resumo: hoje será um dia difícil para as Bolsas.
E a semana não tem boas notícias para o mercado acionário.
Na quinta e sexta-feira, por conta de dois importantes recolhimentos de impostos, de R$ 1,3 bilhão e R$ 860 milhões, o mercado já trabalha com a hipótese de um estreitamento da liquidez.
Ou seja, já começa a se apostar em uma nova elevação dos juros no over (títulos públicos) e CDI (títulos privados).
A tendência de estreitamento da liquidez deve ainda se acentuar na próxima semana, quando, se bem-sucedido, o BC, vendendo títulos, deve enxugar aproximadamente outros R$ 1,5 bilhão.
Somados os efeitos do recolhimento de impostos e da venda de títulos, calcula o mercado, o juro do over deve voltar a ficar mais perto do "teto" da banda. O número mais falado entre os analistas é de algo como 3,6%.
Essa nova expectativa produziu alguma pressão nas taxas de juros previstas no mercado futuro. As do mês de fevereiro fecharam ligeiramente pressionadas.
No leilão de ontem, o BC vendeu BBCs pela a 3,605%. O resgate equivale ao valor colocado de títulos.

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