São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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Desemprego bate recorde na Alemanha

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A taxa de desemprego na Alemanha foi de 9,9% em dezembro, recorde desde a unificação, em 1989, anunciou ontem o governo alemão. Em dezembro de 94, a taxa era de 9,3%.
Apenas em dezembro, foram demitidos outros 200 mil funcionários. Os desempregados somam agora 3,8 milhões.
Para o presidente da Secretaria Federal de Trabalho, Bernhard Jagoda, a inserção de uma política de geração de empregos na agenda de prioridades do país é urgente.
Economistas acreditam que o total de desempregados poderia ultrapassar a barreira psicológica dos 4 milhões, em fevereiro, o que poderia ter grande efeito sobre a economia alemã.
A situação é pior na ex-Alemanha Oriental, onde a taxa de desemprego chegou a 15%, contra os 14% de dezembro do ano anterior.
O instituto de pesquisa econômica DIW, de Berlim, reviu sua previsão de crescimento econômico para 96.
A taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) foi rebaixada de 1% para 0,75%. O governo, contudo, insiste que o país crescerá pelo menos 2% este ano, o que tornaria menos grave a questão do desemprego.
Ante à atual situação, o Sindicato da Indústria Mecânica do país propôs ao governo, o congelamento dos salários, caso as empresas do setor se comprometam a criar 300 mil empregos em 96.
A proposta está sendo estudada pelo setor patronal, porém é considerada inviável, já que espera-se a redução de outros cem mil postos de trabalho este ano.
Enquanto os empregadores alegam altos custos para gerar novos postos de trabalho, em comparação com países do Sudeste Asiático e Leste Europeu, os trabalhadores dizem que não querem abrir mão de seus direitos.
O DIW, tradicionalmente ligado ao movimento sindicalista, afirmou que a melhor solução para evitar um desemprego ainda maior em 96, é a aceitação, por parte dos trabalhadores, da redução do reajuste salarial de 3,5%, programado para este ano.

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