São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 1996
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Meio ambiente; Parcialidade; Marionetes; Coerência; Espaço; Solução; Nas alturas; Boas festas

Meio ambiente
"Cumprimento o ombudsman pela pertinência da análise da imprensa brasileira no artigo 'Sete pecados capitais' (31/12). Chamou-nos a atenção a precisa observação com que foi colocado o abandono das questões ambientais pela chamada grande imprensa logo após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento -Eco 92. Com o fim das editorias de Meio Ambiente, a questão ambiental só tem merecido espaço quando relacionada a danos. As ações preventivas e os avanços obtidos na preservação dos recursos naturais e da própria vida somente esporadicamente ocupam o merecido destaque. Esperamos que o trabalho do ombudsman contribua para a mudança da visão dos meios de comunicação uma vez que, como demonstrou a 'Operação Rodízio', realizada pela Secretaria do Meio Ambiente na última semana de agosto, em São Paulo, a população está consciente da necessidade de se encontrarem meios que garantam uma melhora na qualidade de vida."
Fabio Feldmann, secretário do Meio Ambiente (São Paulo, SP)

Parcialidade
"'O governo Fernando Henrique Cardoso completa seu primeiro ano de mandato com a credibilidade arranhada e muito pouco para mostrar para a população'. Essas são as palavras de um político fracassado, sr. Luiz Inácio da Silva, que até hoje nada fez a não ser acrescentar 'Lula' em seu nome, para ficar popular. Outra coisa que deixa os leitores irritados é o seguinte: por que jornalistas como Clóvis Rossi, Josias de Souza, Luiz Caversan, Marcelo Leite e muitos outros que escrevem em 'Opinião' nada falam contra os senadores, deputados federais, estaduais etc.? Por que só atacar o presidente da República, que está há apenas um ano, enquanto o Brasil foi roubado durante 150 anos? A Folha também tem sua parcela de culpa porque quando se trata de falar mal do presidente da República é a primeira a dar espaço."
Jairo Sguassabia (Lindóia, SP)

Marionetes
"Otavio Frias Filho tem uma visão extraordinariamente penetrante dos processos em curso no mundo contemporâneo. É curioso, porém, que tal visão tenha um ponto cego que o impede de ver exatamente aquilo que é o mais essencial em tudo isso. Como Otavio Frias Filho mesmo escreveu, 'a mentalidade empresarial venceu' (Folha, 7/12). Ocorre que essa vitória da lógica do mercado foi tão avassaladora que conseguiu reduzir tudo, até mesmo os seres humanos, a mercadorias. Esse cancelamento da existência dos indivíduos fora do mercado pode ser percebido até em expressões de uso corriqueiro como: 'o que você vai ser quando crescer?' ou 'ser alguém na vida'. Angustiados com o rebaixamento de homens a coisas, de sujeitos a objetos, ansiosos por 'ser', os indivíduos procuram reaver o valor perdido, e o fazem da única forma possível a uma mercadoria, ou seja, procurando aumentar seu 'preço' no mercado. Esse 'preço' tanto pode assumir a forma pura e simples de moeda (altos rendimentos, fortunas) quanto a de quase-moedas equivalentes (poder, prestígio, notoriedade, currículos acadêmicos). Entretanto, qualquer vitória (aumento do 'preço') obtida na dura competição no mercado gera apenas uma satisfação temporária, que deve ser seguida por outras, numa corrida tão ridícula e sem esperanças como a do cavalo que persegue uma cenoura amarrada à sua frente. Essa lógica, essa 'mentalidade', está enraizada numa enorme ilusão: a de que uma mercadoria, pelo mero acúmulo de valor de mercado, possa alçar-se à condição de sujeito, de ser humano. Não é, como Otavio Frias Filho acredita, que essa mentalidade tenha afastado as utopias e as ilusões, substituindo-as pelo realismo e pela objetividade. Essa lógica é toda ela uma ilusão, radicalmente, que só parece 'realista' se observada de seu próprio interior; que só é 'objetiva' no sentido de que seus personagens não passam de objetos: marionetes de aparência humana."
José Alberto Marcondes Machado (Carapicuíba, SP)

Coerência
"Não sei se acho graça ou fico com raiva. O artigo de 9/1 do ministro Reinhold Stephanes defendendo a sua proposta de reforma para a previdência é até patético. Ele cita que '...alguns grupos que estão contra a reforma passaram a representar as novas oligarquias corporativas que se cevam e se alimentam de privilégios. Defendem os que se aposentam cedo...'. Pergunta-se: sendo um jovem aposentado, para ser coerente o sr. ministro não deveria abrir mão da sua aposentadoria? Ao que parece, ele mesmo responde no mesmo artigo: 'Nenhum dos atuais 15,7 milhões de aposentados do INSS será prejudicado pela reforma'. Pimenta nos olhos dos outros é refresco."
Osni Jacó da Silva (Florianópolis, SC)

Espaço
"A Federação Paranaense de Futebol agradece a Folha pelo espaço dado ao futebol do Paraná, enaltecendo o trabalho dos filiados pela conquista na Divisão Especial e também no sentido de organização na página de esportes do jornal no dia 3/1."
Mauro Motta, diretor-administrativo da Federação Paranaense de Futebol (Curitiba, PR)

Solução
"Será que a engenharia não percebeu que uma simples explosão da barragem Edgard Souza resolveria as enchentes em São Paulo em grande parte?"
Dirceu Piovesan (Piracicaba, SP)

Nas alturas
"O presidente FHC está cercado de vários assessores e auxiliares que geram um sem-número de crises para seu governo. E ainda por cima ele sempre está em algum 'tour internacional'. E Juscelino é quem tinha a fama de gostar de viajar. Ainda me lembro daquele programa de rádio 'Marmelândia, o País das Maravilhas', transmitido pela rádio Tupi, quando o caipira olhava para cima e dizia: 'Vai voando Nonô, vai voando...' Enquanto os problemas se desenrolavam aqui em baixo..."
Silvio Massarini (São Paulo, SP)

Boas festas
A Folha retribui as mensagens de boas festas que recebeu de: Edson Borges, membro do Conselho Superior de Administração do Bradesco (São Paulo, SP); Rendic International Corporation (Miami, EUA); Darci Accorsi, prefeito de Goiânia pelo PT; Sonia Bressan, superintendente da Sutaco -Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (São Paulo, SP); Carlos Alberto Nobre Safadi, Cans Internacional (São Paulo, SP); Fosroc (São Paulo, SP); Gaudêncio Torquato, G Marketing e Comunicação (São Paulo, SP); Paulus (São Paulo, SP); Pierre Saby S.A. Estruturas Metálicas (Santo André, SP); Restaurante Don Curro (São Paulo, SP); Maria Abadia da Silva e Silva, Enkapas Encadernadora Ituiutaba Ltda. (Ituiutaba, MG); Anice Aun Assessoria de Promoção e Divulgação (São Paulo, SP); Mauro Lopes, MVL Estratégia de Comunicação S/C Ltda. (São Paulo, SP); Restaurant Dalí (São Paulo, SP); Revista VivaMúsica! (Rio de Janeiro, RJ); Graficentro (Belém, PA); Sonia von Brüsky (São Paulo, SP); Walter Fontoura (São Paulo, SP); Roberto Miller (São Paulo, SP); Luiz Edgard Bueno, Academia de Letras dos Funcionários do Banco do Brasil (Rio de Janeiro, RJ)

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