São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Frio ameno reduz safra da maçã no Sul

JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Frio ameno e tempestades de granizo prejudicaram a safra da maçã no Sul, cuja colheita começa em fevereiro e se estende até abril.
Segundo estimativa da ABPM (Associação Brasileira dos Produtores de Maçã), a produção nacional da fruta deverá somar 500 mil t, número parecido com as 498 mil t colhidas na safra passada.
A previsão inicial da associação indicava a colheita de 550 mil t.
Durante a fase de brotação, no inverno, a macieira necessita de frio mais intenso, fundamental para a produtividade da planta.
Não foi o que ocorreu no último inverno na região Sul, que registrou um inverno pouco rigoroso.
Luiz Borges Júnior, presidente da ABPM, diz que parte da produção (60 mil a 70 mil t) também foi afetada por tempestades de granizo que atingiram áreas produtoras em São Joaquim (SC), Palmas (PR) e Guarapuava (PR).
"O produto danificado pelo granizo será destinado à indústria de suco", prevê Borges Júnior.
A Agrícola Fraiburgo, uma das maiores empresas do setor, com pomares em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, encolheu sua previsão de safra de 37 mil para 35 mil t em função da falta de frio intenso no inverno.
Mesmo assim, o número supera em 11% a produção de 95, de acordo com Itacir Lorenzzonni, agrônomo da empresa.
Ele estima que, até 98, a Agrícola Fraiburgo alargue sua área para um total de 50 mil ha, voltando ao patamar de 93.
Naquele ano, a empresa fez uma poda radical em seus pomares, a fim de melhorar a qualidade e a produtividade de suas macieiras.
"Mudamos a condução de nossos pomares, que nos últimos três anos passaram a ter podas constantes e arqueamentos dos ramos", afirma Lorenzzoni.
O objetivo da empresa é elevar a produtividade das macieiras e permitir a entrada de mais luz no pomar, fator importante para dar mais coloração vermelha à fruta.
Na área de produção da Yakult em São Joaquim, os problemas climáticos deverão diminuir em 7% a estimativa inicial de produção, de 2.700 t.
A expectativa, agora, é de uma colheita em torno de 2.500 t, ainda assim 31,6% maior que as 1.900 t produzidas no ano passado.
A Yakult faturou R$ 1,6 milhão na venda de maçãs em 95, valor 33% superior ao do ano anterior, segundo Paulo Locatelli, gerente de maçãs da empresa.
Para 96, ele estima que o faturamento cresça para US$ 2 milhões.
O presidente da ABPM prevê que os preços médios da maçã no mercado interno variem este ano de R$ 18 a R$ 20/caixa de 18 kg, próximos do valores médios praticados em 95 (R$ 17 a R$ 18).
São cotações bem mais altas que as pagas pelo mercado externo, entre US$ 12 e US$ 13.

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