São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 1996
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Agricultores esperam perícia em área indígena

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O advogado Rodrigo Marques Rodrigues, que representa 36 famílias de colonos no Mato Grosso do Sul, disse ontem que espera para esta semana decisão da Justiça sobre seu pedido para uma nova perícia na área da aldeia Panambizinho, em Dourados (MS).
Os colonos contestam a decisão do ministro da Justiça, Nelson Jobim, que determinou a ampliação da aldeia de 60 hectares (área equivalente a 84 campos de futebol) para 1.240 hectares.
Na aldeia vivem 193 índios guarani-caiuás, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio). Essa ampliação só seria possível com a desapropriação dos colonos.
"Vamos usar as provas levantadas pela perícia para entrar com processo administrativo na Funai conforme previsto no decreto 1.775", disse Rodrigues.
O decreto, assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 8 de janeiro, permite a contestação de áreas demarcadas.
Os agricultores fazem parte da Colônia Agrícola Nacional, criada para incentivar a colonização do sul do antigo Mato Grosso.
Na aldeia Panambizinho foi registrado o primeiro caso de suicídio entre os guarani-caiuás neste ano. No ano passado, 56 índios guarani-caiuás se suicidaram.
Rodrigues também representa a Sattin Agropecuária na contestação da demarcação da aldeia Sete Cerros, em Coronel Sapucaia, município localizado a 381 km de Campo Grande (MS).
O processo, baseado no decreto 1.775, foi apresentado à Funai na semana passada.

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